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Detido o chefe da máfia mais procurado em Itália, em fuga há 30 anos

Matteo Messina Denaro foi condenado à revelia a prisão perpétua pelo seu envolvimento nos assassinatos, em 1992, de Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, juízes conhecidos pelo papel desempenhado no combate à máfia, responsáveis por levar mais de 300 mafiosos a julgamento em 1987.

Detido o chefe da máfia mais procurado em Itália, em fuga há 30 anos
Reuters

A polícia italiana deteve esta segunda-feira Matteo Messina Denaro, o chefe da máfia mais procurado do país, que estava foragido há três décadas.

Matteo Messina Denaro, de 60 anos, foi detido na capital da Sicília, Palermo, é acusado de ser o chefe da máfia siciliana, Cosa Nostra.

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Denaro foi condenado à revelia a prisão perpétua pelo seu envolvimento nos assassinatos, em 1992, de Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, juízes conhecidos pelo papel desempenhado no combate à máfia, responsáveis por levar mais de 300 mafiosos a julgamento em 1987.

Giovanni Falcone e Paolo Borsellino
Alessandro Fucarini/ AP

O chefe da máfia detido esta segunda-feira enfrenta também uma sentença de prisão perpétua pela ligação a ataques à bomba em Florença, Roma e Milão, que causaram a morte de 10 pessoas.

Em setembro de 2022, as autoridades italianas afirmavam que Denaro continuava a desempenhar um papel de comando na máfia, resultado de investigações à forma como a máfia era comandada na zona da cidade de Trapani, no oeste da Sicília, considerado o reduto regional de Denaro, apesar de estar desaparecido há três décadas.

Nas ruas de Palermo, populares aplaudiram a polícia italiana após a detenção do conhecido líder da Cosa Nostra.


"Estado não se rende à máfia"

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, afirmou que a detenção de Denaro, revela que o "Estado não se rende à máfia".


"Uma grande vitória para o Estado, que demonstra que não se rende à máfia", disse Meloni pouco depois de ter sido noticiada em Itália a detenção de Messina Denaro numa clínica de Parlermo, capital siciliana, onde recebia tratamento médico.


Meloni notou que a detenção ocorreu um dia depois de se assinalar a prisão de Totò Riina, há 30 anos, outro chefe do crime organizado siciliano.


A chefe de Estado agradeceu "às forças policiais e, em particular, aos Carabineros, à Procuradoria Nacional Antimáfia e à Procuradoria de Palermo pela captura do expoente máximo da delinquência mafiosa".


"O Governo garante que a luta contra a criminalidade mafiosa vai continuar, sem tréguas, como demonstra a primeira medida deste Executivo: a defesa da cadeia perpétua sem benefícios," acrescentou.


A captura do chefe mafioso, condenado (in absentia) a várias sentenças perpétuas pelos atentados da Cosa Nostra em 1993 e vários homicídios, ocorre após a intensificação das investigações levadas a cabo pelos procuradores de Palermo, Maurizio de Lucia e pelo procurador-adjunto Paolo Guido, refere a imprensa italiana.


Imagem da detenção de Matteo Messina Denaro, divulgada pela polícia italiana.
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