O Governo de Israel reuniu este sábado à noite o gabinete de segurança.Em resposta aos dois ataques terroristas que ocorreram em menos de 24 horas, decidiu destacar forças especiais de polícia em Jerusalém e mais soldados para a Cisjordânia.
No ataque deste sábado de manhã, no bairro de Silwan, as vítimas foram pai e filho, de 47 e 23 anos de idade. Um jovem palestiniano de 13 anos disparou sobre os dois homens judeus. O atacante, já detido, ficou ferido depois de neutralizado a tiro por um polícia e civis que reagiram aos disparos.
Na sexta-feira à noite, também em Jerusalém Oriental, sete pessoas morreram e outras três ficaram feridas noutro ataque armado à sinagoga de Neve Yaakov.
O atacante de 21 anos disparou à queima-roupa sobre os fiéis que chegavam ao templo para as orações do Shabbat - o dia santo do judaísmo. Foi morto pela polícia na fuga. E mais tarde identificado como familiar de uma das vítimas da operação militar israelita realizada esta semana na Cisjordânia e que teve como alvo células terroristas.
Na madrugada deste sábado, a Força Aérea de Israel tinha já bombardeado alvos do Hamas e da Jihad Islâmica no norte e centro da Faixa de Gaza, em resposta aos foguetes lançados horas antes contra território israelita.
A ONU, os Estados Unidos e os países vizinhos criticaram já a escalada de violência que provocou dezenas de mortos desde o início do ano e apelaram à calma e às conversações de paz entre Israel e os movimentos palestinianos.
Hamás acusa Israel de lançar "campanha de repressão" israelita contra presos palestinianos
O chefe do Gabinete Político do Hamás, Ismail Haniye, acusou este sábado as autoridades israelitas de lançarem uma "campanha de repressão" contra prisioneiros palestinianos como resposta aos recentes ataques em Jerusalém.
Ismail Haniye declarou que o ministro da Segurança Interna, Itamar Ben Gvir, é o responsável por aquela "campanha de repressão lançada contra os presos em várias prisões israelitas", relata o jornal palestiniano 'Filastin', considerado filiado no Hamás - Movimento de Resistência Islâmica.
O responsável do movimento de resistência referiu, em concreto, um ataque de agentes israelitas na secção 8 da Prisão de Negev e a transferência de vários prisioneiros de Jenin para a prisão de Nafha. A secção 9 da prisão de Megiddo e a prisão de Ofer também foram atacadas para isolar 18 prisioneiros, apontou.
Estas ações, segundo Ismail Haniye, fazem parte de um "plano terrorista organizado" que poderá causar uma "escalada regional sem precedentes". "O confronto não ficará na prisão e o nosso povo palestiniano não abandonará os seus filhos presos neste confronto", alertou Haniye, que também pediu aos líderes mundiais para que intervenham para deter os "crimes" do governo "fascista de direita" israelita.
A Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) acusa também Israel de ser responsável pela "perigosa escalada de violência" na região, enquanto o primeiro-ministro israelita prometeu uma resposta "forte" "ao terrorismo" após dois ataques em Jerusalém Oriental.
"A liderança palestiniana responsabiliza totalmente o governo de ocupação israelita pela perigosa escalada a que chegou a situação devido aos seus crimes, que totalizaram 31 mártires durante o mês em curso", sublinhou o Conselho de Segurança da ANP numa declaração divulgada depois de uma reunião hoje realizada, noticiou a agência oficial palestiniana Wafa.
A declaração não mencionou os atentados ocorridos durante o 'shabat', dia sagrado dos judeus, em Jerusalém Oriental ocupada, perpetrados por palestinianos e que provocou sete mortes e dois feridos graves.