Jair Bolsonaro participou esta sexta-feira numa palestra em Miami, nos Estados Unidos, onde permanece desde a tomada de posse de Lula da Silva. É o segundo evento público do ex-presidente brasileiro.
O discurso de Bolsonaro focou-se no que foi alcançado antes do seu mandato e durante, com várias contribuições positivas para a economia e saúde do Brasil, na sua perspetiva.
“Enfrentei a esquerda durante a campanha e uma tentativa de assassinato e fomos vitoriosos, fizemos uma coisa que ninguém acreditava, escolhemos os nossos ministros sem indicação político-partidária”, explicou o ex-presidente.
Com a vitória de Lula da Silva, Bolsonaro considera que o Brasil “enfrenta uma crise ética moral e económica”, mas que tentou que o país fosse próspero nos anos em que governou.
“Em 2019 fizemos já muito coisa pela nossa liberdade, como por exemplo a lei da liberdade económica. Há poucos anos levava-se quatro meses para abrir uma empresa no Brasil, em média. No fim do meu Governo a média era 23 horas para abrir uma empresa”, referiu Bolsonaro
O ex-presidente realçou que durante o seu mandato conseguiu com que o Brasil se tornasse o “segundo país mais digitalizado do mundo”.
Apesar de já ter sido fortemente criticado pela crise de saúde pública e negligência durante os anos da pandemia, Bolsonaro defendeu que o mais importante foi ter dado liberdade ao povo brasileiro.
“Atendemos a todo o Brasil em relação à covid-19 e mais essencial o respeito a todos os que não se quiseram vacinar”, salientou.
Em busca do sonho americano…ou a fuga
Jair Bolsonaro deixou o Brasil em direção aos Estados Unidos dois dias antes de o mandato presidencial terminar a 1 de janeiro.
O visto diplomático do ex-presidente caducou esta quarta-feira e Bolsonaro pediu prorrogação para permanecer no país: um visto de turista de seis meses.
A oposição pede a revogação de qualquer autorização para Bolsonaro, principalmente depois dos violentos protestos em Brasília, dos quais está a ser investigado por ser um dos responsáveis pelos ataques.
No dia 8 de janeiro, apoiantes do ex-Presidente Bolsonaro invadiram o Congresso, o Supremo Tribunal Federal e o palácio presidencial do Brasil, pedindo um golpe militar para derrubar a eleição vencida por Lula da Silva.
O Supremo Tribunal brasileiro já concordou em abrir uma investigação para descobrir se Jair Bolsonaro encorajou os protestos antidemocráticos que terminaram na invasão de prédios públicos na capital brasileira.