O Presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, acusou este domingo o primeiro-ministro do Kosovo, Albin Kurti, de querer provocar uma guerra "a todo o custo" e de ser apoiado pelo Ocidente, pelo que não vê sentido em continuar a negociar com Pristina.
"Aquele homem quer a guerra! Ele quer a guerra a todo custo! E tem proteção! Mente quando diz que não é apoiado!", acusou Vucic, durante uma conferência de imprensa onde mostrou resistência a manter o diálogo com o Kosovo sob mediação da União Europeia (UE).
O Presidente sérvio argumentou que há "mártires sérvios" no Kosovo que estão a ser detidos, maltratados e espancados brutalmente por "grupos terroristas albaneses".
Sobre o convite que o chefe da diplomacia da UE, Joseph Borrell, fez a Vucic e Kurti para uma reunião urgente em Bruxelas na próxima semana para reduzir a tensa situação no Kosovo, o líder sérvio disse que ainda não decidiu se estará presente.
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"O diálogo deixou de fazer qualquer sentido", repetiu várias vezes Vucic, durante a conferência de imprensa, embora não tenha descartado totalmente a possibilidade de comparecer na reunião, desde que os sérvios detidos pela polícia kosovar sejam libertados.
As autoridades do Kosovo detiveram vários sérvios no norte do país, nos últimos dias, sob a acusação de terem instigado ou participado em ataques violentos contra a polícia e contra soldados da KFOR (a força da NATO na região) no final de maio, quando dezenas de soldados em uniforme foram encontrados mortos.
O Presidente sérvio anunciou que os sérvios do Kosovo "darão passos importantes para a sua liberdade" no próximo feriado nacional sérvio, em 28 de junho, mas não confirmou a informação este domingo divulgada pelo jornal sérvio Blic, segundo a qual os sérvios do norte do Kosovo vão proclamar a sua autonomia nesse dia, sem negociações prévias com Pristina ou com mediadores internacionais.