Os destroços do submarino Titan foram encontrados esta quinta-feira, o que indica que os cinco tripulantes não sobreviveram à implosão que terá ocorrido. A pressão da água que é exercida sobre um pequeno submarino, que se encontra a grandes profundidades, é colossal. O coordenador do projeto e pilotos do ROV Luso da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental, António Calado, explica isso recorrendo a uma peça que é semelhante à que compõem o submarino.
Em cima da mesa está um pedaço de alumínio marítimo. Neste caso, pertence ao ROV Luso, mas assemelha-se à peça do submarino Titan e ilustra os problemas que um veículo enfrenta com a descida.
Amassado, este objeto apresentado em estúdio sofreu uma implosão a 1.000 metros. Porquê?
Ora, estes equipamentos são cilíndricos e são realizados furos para evitar o risco de implosão. A água tem de entrar durante a descida ou logo à superfície e o ar que se encontra no interior é retirado, explica o coordenador António Calado.
Neste caso, o que aconteceu a este pedaço é que não tinha as tal incisões, ou seja, o ar estava preso dentro da estrutura e por isso, o ROV, chegado aos 1.000 metros, não resistiu.
"A pressão da água esmagou o metal quase como uma folha de papel".
Porém, é uma hipótese que poderá explicar o que aconteceu ao submarino que esteve desaparecido por quatro dias. Ainda é cedo para determinar o que causou a implosão no Titan.
Mas quando é que a implosão ocorre? “No limite da resistência dos materiais”, esclarece António Calado.
“Tem que haver um acompanhamento ao longo do tempo de que essas características do material se mantêm, porque é natural não se manterem e que o desgaste se vá apoderando dos materiais, reduzindo bastante esta capacidade”, explica o coordenador do projeto e pilotos do ROV.