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Análise

Financiar guerras será estratégia de Biden até às eleições nos EUA?

Terá o Presidente dos Estados Unidos instrumentos para resolver o "problema político" americano? E no conflito Israel-Hamas, estará a ofensiva terrestre prestes a começar. Germano Almeida, comentador da SIC, analisa a atualidade internacional.

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Germano Almeida, comentador da SIC, considera que, ao juntar o financiamento aos conflitos Israel-Hamas e Ucrânia-Rússia, Biden pode impedir que republicanos travem ajuda à Ucrânia. Sobre o conflito Hamas-Israel, destaca que há um problema de segurança interna em Israel.

"Com o pedido de financiamento, Biden mostra que quer juntar as duas coisas, Israel e Ucrânia, num grande plano nacional. No fundo, será financiar as duas guerras até à eleição. Ao fazer essa junção, tem mais hipótese de impedir que os Republicanos travem a ajuda à Ucrânia", afirma.

Na SIC Notícias, destaca que Joe Biden, no discurso de quinta-feira à nação, deixou claro que é uma "preocupação comum".

"Vai alternando as referências, dizendo que ambas as questões são fundamentais para a segurança dos Estados Unidos e dizendo que Hamas e Putin, apesar de realidades diferentes, atacam democracias vizinhas", refere.

O comentador da SIC considera que Biden, com este pacote, que junta também a questão da fronteira do México, está "convencido que vai conseguir resolver o financiamento americano até à eleição".

"O problema político, apesar do momento americano, acho que vai ser resolvido e acho que o discurso de Biden mostra que tem instrumentos para isso", diz.

Sobre o conflito Israel-Palestina, Germano destaca que há um problema de segurança interna em Israel que tem de ser resolvido.

"A operação terrestre? Inevitável parece que vai ser, necessária é muito discutível".

A intensificação da evacuação de cidades pode ser um sinal de que o avanço terrestre das tropas a qualquer momento, mas é também um sinal de que Israel tem um "plano de como vai invadir Gaza e de como vai proteger-se a Norte".

"Muito interessante que Joe Biden tenha voltado a falar na solução dos dois Estados. No fundo é dizer que por muito agora vá acontecer o pior, não há outra solução para este problema que não seja uma solução de paz. A América ao dar apoio a Israel a falar outra vez da paz é algo que me parece notável. É naturalmente muito difícil no momento atual", realça.