Mundo

Israel não permite entrada de combustível em Gaza e fronteira encerra

De nada serviram os apelos das Nações Unidas e dos Estados Unidos. Foi de novo fechada a fronteira de Rafah, entre o Egito e a Faixa de Gaza.

Gaza
Loading...

O encerramento aconteceu logo depois da entrada de 35 camiões com ajuda humanitária no território palestiniano, atualmente cercado e bombardeado por Israel.

Com comida e medicamentos, os camiões cruzaram a meio da manhã o posto fronteiriço de Rafah e entraram na Faixa de Gaza com o primeiro carregamento de ajuda humanitária desde 7 de outubro.

Nenhum dos 35 camiões entrou no território palestiniano com bidões de combustível para alimentar os geradores dos hospitais, atualmente sem energia elétrica.

Os porta-vozes militares israelitas justificaram a recusa com os riscos de desvio de ajuda para alimentar a máquina de guerra do Hamas.

30 camiões suprem 3% das necessidades

A ajuda foi de imediato encaminhada para os armazéns das Nações Unidas.

Segundo as agências humanitárias, três dezenas de camiões representam apenas 3% das necessidades diárias de dois milhões de pessoas cercadas e bombardeadas por Israel.

“Onde está a vossa humanidade? Queremos saber o que está a a ser feito. Quinze dias de sofrimento, de deslocação. As nossas casas foram destruídas, as nossas crianças foram mortas e hospitais atacados”, contesta Nabil Dabaa, atualmente desalojado.

Com a entrada da ajuda, foi de novo encerrada a fronteira de Rafah e voltaram os bombardeamentos ao sul de Gaza e ao resto do território.

Objetivo de Israel é “destruição completa do Hamas”

Em nova visita às tropas destacadas ao longo da fronteira, o ministro israelita da Defesa reafirmou o objetivo desta guerra:

"Virar esta situação a 180 graus. O dia do ataque será lembrado como o dia que deu início a destruição final e completa da organização terrorista Hamas".

Com a ofensiva a Gaza, Israel tenta travar o alastramento de conflito a outras frentes. No norte do país, foram evacuadas as povoações fronteiriças. São bombardeadas diariamente posições do movimento xiita Hezbollah, no sul do Líbano.

Na Cisjordânia, há mais soldados nos colonatos judaicos e tolerância zero na repressão das manifestações anti-israelitas que contestam a ofensiva a Gaza.

Houve já dezenas de mortes e mais de mil pessoas foram presas nas últimas duas semanas nos territórios ocupados da margem ocidental do rio Jordão, segundo a Autoridade Palestiniana.