Volodymyr Zelensky, espera que seja discutida uma solução para a guerra na Cimeira de Paz que vai ter lugar na Suíça. O Presidente ucraniano avança que o encontro vai acontecer na primavera. Na análise aos últimos desenvolvimentos do conflito na Ucrânia, Germano Almeida dá conta de novidades no terreno, com o avanço das tropas russas.
“Os russos alegam que tomaram uma aldeia chamada Lastochkin. Estamos a falar de uma aldeia 5 km a noroeste de Avdiivka, confirmando assim que depois da tomada de Avdiivka na semana passada, os russos têm o campo aberto para atacar as regiões circundantes de Avdiivka e também de Bakmut, onde continuam a ter superioridade. Recordo que Bakmut já tomaram há nove meses”, começa por referir.
“Isto revela aquilo que ontem o Presidente Zelensky e os ministros da Defesa e das Indústrias Energéticas mostraram que isto é a consequência, no terreno, do atraso da ajuda à Ucrânia. E aí eu destacava o que disseram ontem os responsáveis ucranianos, que vão até tentar eventualmente uma nova contraofensiva, mas precisam de apoio para isso, Zelensky está apostado na frente diplomática, na questão da Cimeira da Paz, na Suíça, uma iniciativa do Presidente ucraniano na sequência de apresentar a fórmula da paz”
Quanto às negociações para a paz, Germano Almeida sublinha que “só podem começar quando o agressor travar a agressão, a fórmula da paz implica que o agressor pare a agressão, retire as tropas e então depois é possível negociar, é importante definir estes termos”.
Por outro lado, o comentador da SIC dá também destaque ao facto da Ucrânia estar cada vez mais capacitada, como tem sido possível observar no Mar Negro.
Contudo, “se não ajudarmos a Ucrânia vai ser muito mais difícil que tenha objetivos, isso tem consequências na própria segurança europeia”, destaca.
“Russos agradecem a Netanyahu para nestes dias continuarmos distraídos”
Noutro palco onde parece difícil também chegar à paz, o Médio Oriente, os Estados Unidos dizem que foi alcançado um meio termo nas negociações para as tréguas com com o Hamas.
Para Germano Almeida, “não deixa de ser uma pressão americana junto de Israel, porque ao mesmo tempo que os EUA disseram isso, o primeiro-ministro Netanyahu deu ontem uma entrevista em que disse basicamente que não acredita muito que haja esse acordo e que esse acordo não travaria a operação militar”.
O comentador da SIC destaca ainda um referendo que se vai realizar na próxima quarta-feira, na Moldávia, e que, no seu entender, mostra que as duas guerras estão interligadas.
"No enclave separatista de maioria russa da Transnístria, vai ser decidido um referendo sobre eventualmente a população da Transnístria preferir uma via russa, isto é claramente um argumento muito idêntico àquilo que aconteceu em Donetsk e Lugansk para haver uma operação militar russa na zona e isso também nos ajuda a perceber as ações sobre Odessa nos últimos dias.
Perante isso, os russos, tendo esse espaço, claramente agradecem a Netanyahu para que nestes dias continuarmos distraídos com a questão de haver ou não negociações no Egito com o Hamas e Israel".