Há muito que se sabe que a indústria da moda pode prejudicar o meio ambiente, sobretudo as roupas de fast fashion, normalmente baratas de produzir e projetadas para ter uma vida útil muito limitada. E as chamadas doações para os países mais pobres pouco ou nada contribuem para resolver o problema.
Segundo um relatório da ONU, o hábito de deitar fora a roupa aumentou e o número de vezes que uma peça de roupa é usada diminuiu mais de 35% em 15 anos.
Isto leva a múltiplas questões éticas e sustentáveis, incluindo danos ambientais a longo prazo e potencialmente irreversíveis. E são vários os projetos a nível mundial que tentam combater este problema.
É o caso da arquiteta francesa Clarisse Merlet que criou a FabBRICK, uma empresa que transforma tecidos usados em tijolos ecológicos e vários outros objetos de decoração.
A ideia surgiu quando Clarisse Merlet era estudante de arquitetura, por volta de 2017. Na sua investigações sobre materiais sustentáveis para construção, percebeu que os têxteis são também um setor muito poluente e que raramente são reciclados.
Sabendo que o algodão é considerado um muito bom isolante, uma propriedade interessante para a construção, teve então a ideia de reaproveitar roupas deitadas fora transformando-as numa matéria-prima inovadora.
Com os têxteis recuperados, concebe um material de construção ecológico e de design, isolante térmico e acústico. Em 2019 a invenção foi patenteada e nasceu a FabBRICK.
Atualmente com um atelier de produção em Paris, a ambição é grande:
“Queremos evoluir o nosso processo, que atualmente é artesanal, para a industrialização. Hoje, fornecemo-nos dos materiais num raio máximo de 100 km. Amanhã, queremos estabelecer uma fábrica FabBRICK em cada região e país que produza resíduos têxteis”.
