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Cientistas dizem que Homem é o maior responsável pelas cheias que atingiram a Europa

Um grupo de especialistas britânicos concluiu que foi a queima de petróleo, carvão e gás a aumentar a probabilidade e a intensidade da precipitação que causou as recentes inundações.

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A atividade humana foi a principal responsável pelas alterações climáticas que provocaram as chuvas torrenciais na Europa Central. A conclusão é de um estudo realizado por climatologistas britânicos, que garantem que os temporais muito intensos vão continuar a atingir o continente europeu.

A tempestade Boris, que passou pelo centro da Europa há pouco mais de uma semana, deixou grande parte do continente completamente inundado. Mais de duas dezenas de pessoas morreram e milhares ficaram desalojadas.

Um grupo de climatologistas britânicos, usando modelos matemáticos e análise de dados, concluiu que a culpa é do Homem e da forma como vive.

“Neste estudo, analisámos a forma como as alterações climáticas induzidas pelo Homem, causadas pela queima de petróleo, carvão e gás, aumentaram a probabilidade e a intensidade da precipitação que causou estas inundações”, explica Friederike Otto, climatologista do Imperial College of London.

“Descobrimos que as alterações climáticas duplicaram aproximadamente a probabilidade de ocorrência de um evento deste tipo e que a intensidade aumentou entre 7% e 20%”, revela.

Chuvas mais intensas, mas menos vítimas mortais

Mas apesar de o clima estar a trazer tempestades cada vez mais intensas, os especialistas também afirmam que o mundo está mais bem preparado para lidar com elas.

“Verificámos que o número de mortos é muito inferior ao de eventos anteriores, apesar de a precipitação e as inundações terem sido mais intensas. Isso deve-se a melhores sistemas de alerta precoce e ao facto de as pessoas terem sido retiradas”, repara a a especialista do Imperial College of London.

As chuvas torrenciais deste mês de setembro causaram danos que ainda estão por calcular, sobretudo na Polónia, Eslováquia, Chéquia e Áustria.

Foram quatro dias de precipitação que, em muitos locais, bateu todos os recordes e fez com que os rios galgassem as margens e inundassem tudo em redor.

As zonas urbanas, perto do Danúbio, foram as mais atingidas e o nível das águas do segundo rio mais longo da Europa, ainda não voltaram completamente ao normal.