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EUA vão financiar fundação polémica na Faixa de Gaza com 30 milhões de dólares

O governo dos Estados Unidos vai fornecer 30 milhões de dólares à Gaza Humanitarian Foundation, uma organização apoiada por Israel para distribuir alimentos na Faixa de Gaza. Esta decisão tem gerado críticas devido às mortes de palestinianos durante as operações de distribuição.

EUA vão financiar fundação polémica na Faixa de Gaza com 30 milhões de dólares
Abdel Kareem Hana // AP

O governo dos EUA vai fornecer 30 milhões de dólares a um grupo apoiado por Israel com a função formal de distribuir alimentação na Faixa de Gaza, mas que tem suscitado críticas pelas mortes de palestinianos que a procuram.

A informação, relativa à Gaza Humanitarian Foundation, foi avançada por um membro do governo, na condição de anonimato.

A Associated Press tinha noticiado no sábado que este grupo tinha pedido dinheiro ao governo norte-americano para continuar as suas operações, que têm sido criticadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) e por grupos humanitários e outros.

Testemunhas palestinianas afirmam que militares israelitas têm disparado repetidamente sobre as multidões que se dirigem aos sítios onde a alimentação é distribuída, matando centenas de pessoas nas últimas semanas.

O diretor da agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA), Philippe Lazzarini, no sábado, denunciou que "o chamado mecanismo de ajuda" israelo-norte-americano para a população da Faixa de Gaza "custa mais vidas do que as que salva".

Como disse, "em Gaza está-se a matar de fome dois milhões de pessoas. O chamado 'mecanismo de ajuda' recém-criado é uma abominação que humilha e degrada as pessoas desesperadas. É uma armadilha mortal que custa mais vidas do que as que salva", disse Lazzarini.

Israel proibiu em janeiro as atividades da UNRWA e em maio aprovou a distribuição de ajuda através da recém-criada Gaza Humanitarian Foundation.

Hoje mesmo, o Gabinete das Nações Unidas para os Direitos Humanos acusou o exército israelita de matar quase 500 palestinianos e ferir três mil no último mês em pontos de distribuição de alimentos ou de ajuda humanitária.

Com Lusa