Visto de cima, o cenário na fronteira sul transmite uma imagem de aparente calma. Mas desde janeiro, altura em que foi declarada emergência nacional nesta zona, a administração norte-americana intensificou o controlo. Trump prometeu uma política de tolerância zero contra a imigração ilegal.
Zonas inteiras foram militarizadas, com o número de militares destacados a triplicar. Atualmente, cerca de 7.600 elementos das forças armadas dos Estados Unidos estão destacados na fronteira. Paralelamente, foi também reforçado o efetivo policial: o governo disponibilizou orçamento para contratar e formar mais três mil guardas de fronteira.
Este esforço militar é acompanhado por um reforço de equipamento, parte do qual foi mostrado à comunicação social em ações que muitos classificam como propaganda.
Segundo dados da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos, houve uma redução acentuada do número de migrantes detetados a tentar entrar em território norte-americano. Só na fronteira com o México, em junho, foram registadas 9.306 entradas, uma descida de 25% face a maio e de quase 93% em relação a junho do ano passado. Dessas, 6.072 pessoas foram detidas.
Ainda assim, a travessia continua a ser arriscada. De acordo com a Organização Internacional para as Migrações, pelo menos 41 pessoas morreram entre janeiro e abril deste ano quando tentavam cruzar esta fronteira.