O chefe de Estado brasileiro, Lula da Silva, afirmou esta quinta-feira que o ex-Presidente Jair Bolsonaro tentou dar "um golpe" no país e que existem "centenas de provas".
"Bolsonaro tentou dar um golpe neste país", afirmou Lula da Silva, numa entrevista gravada esta quinta-feira de manhã, antes de ter sido formada maioria para a condenação de Bolsonaro no tribunal.
"Tem dezenas, centenas de provas, de material por escrito", disse o Presidente, em entrevista à Band, que irá ser transmitida na integra esta noite.
A juíza Cármen Lúcia votou esta quinta-feira pela condenação de Jair Bolsonaro por golpe de Estado, garantindo a maioria da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal a favor da punição do ex-Presidente brasileiro.
"Para mim, há prova da presença de conluio entre essas pessoas, no sentido de uma organização que se integra, com a liderança do Jair Messias Bolsonaro", frisou a juíza.
Jair Bolsonaro condenado a 27 anos e três meses de prisão
O antigo Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, foi condenado, esta quinta-feira, a 27 anos e três meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal. Foi considerado culpado de tentativa de golpe de Estado, entre outros crimes.
O anúncio surge no mesmo dia que a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal formou maioria para condenar Jair Bolsonaro por tentativa de abolição violenta do Estado de Direito Democrático, golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de património.
"As consequências do crime são amplamente desfavoráveis, porque estavam direcionadas a aniquilar os pilares essenciais do Estado democrático de Direito, mediante violência, grave ameaça, ataques sistemáticos ao Poder Judiciário. A consequência maior do crime seria o retorno a uma ditadura no Brasil", justificou o juiz.
Quatro dos cinco juízes que compõem o coletivo de juízes que apoia o Ministério Público considerou que a "organização criminosa" dividiu as tarefas e operou de forma hierárquica sob as ordens de Bolsonaro.
Defendem que só terá fracassado devido à recusa dos comandantes do Exército e da Força Aérea, quando os acusados já tinham tudo pronto para decretar um estado de exceção, intervir na Justiça Eleitoral e manter-se no poder.
Com Lusa