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Senador de Nova Iorque diz que Trump é um dos presidentes "mais racistas" dos EUA

O responsável considera que Trump tem violado repetidamente as leis e lamenta que "muitos" latinos tenham votado nele nas eleições de novembro de 2024, apesar de já saberem o que ele prometia fazer, caso chegasse à Presidência.

Senador de Nova Iorque diz que Trump é um dos presidentes "mais racistas" dos EUA
Michael M. Santiago

O senador estadual de Nova Iorque, de origem porto-riquenha e nacionalizado dominicana, Luis Sepúlveda, apelou à comunidade latina nos EUA para que se una no combate a Donald Trump, "um dos presidentes mais racistas que os Estados Unidos já tiveram".

O democrata Sepúlveda afirmou que o chefe de Estado norte-americano está a violar todos os princípios democráticos do país.

"Ao presidente [Donald] Trump interessa que nos Estados Unidos só vivam pessoas brancas (...). Está a falar em abrir as portas do país a cidadãos brancos da África do Sul sob o pretexto de que estão ameaçados, quando na realidade isso não é verdade. Os brancos sul-africanos continuam a ser os mais ricos e donos das maiores extensões de terra no seu país", disse o senador estadual, em entrevista à EFE.

O responsável considera que Trump tem violado repetidamente as leis e lamenta que "muitos" latinos tenham votado nele nas eleições de novembro de 2024, apesar de já saberem o que ele prometia fazer, caso chegasse à Presidência.

"Temos de nos reunir como um grupo e dizer: vamos votar no Partido Democrata e garantir que a maioria [dos latinos nos EUA regresse ao Partido Democrata, para podermos combater o que o presidente Trump está a fazer a nível federal", sublinhou.

Sepúlveda encontra-se de visita à República Dominicana à frente de uma vasta delegação composta por deputados estaduais, membros de tribunais, empresários, líderes comunitários e representantes da sociedade civil de Nova Iorque. Trata-se de uma missão que realiza pelo quarto ano consecutivo.

Referiu ainda que a administração Trump utiliza o tema da violência como arma política, enviando a Guarda Nacional apenas para cidades governadas por democratas, mas não para outras controladas por republicanos.

"Por exemplo", disse, "não enviou a Guarda Nacional para o Estado de Luisiana, que tem níveis de violência 400% superiores aos da cidade de Nova Iorque. Também no Tennessee e no Arkansas existem índices muito mais altos de criminalidade do que em Nova Iorque, mas esses Estados estão sob controlo republicano", comentou Sepúlveda.

Trump anunciou o envio da Guarda Nacional para Memphis

Na sexta-feira, o presidente norte-americano anunciou o envio da Guarda Nacional para Memphis, a principal cidade do Tennessee, e afirmou que o seu autarca, o democrata Paul Young, estava de acordo. Sepúlveda afirmou que não ficaria surpreendido se Trump enviasse a Guarda Nacional para Nova Iorque, como já fez em Los Angeles e em Washington DC, a capital.

"O crime em Nova Iorque baixou para níveis semelhantes aos registados antes da pandemia, o que acontece é que as atenções recaem sobre a cidade por ser a maior e mais importante dos Estados Unidos", comentou.

Por outro lado, disse não ter dúvidas de que Nova Iorque continuará sob controlo do Partido Democrata com o seu candidato, o deputado estadual Zohram Mandani, e acrescentou que o atual autarca, Eric Adams, eleito como democrata, mas que agora se apresenta como independente, "está em último lugar" nas sondagens.

O responsável explicou também que a missão que lidera terá encontros com a vice-presidente dominicana, Raquel Peña, e com universidades, para facilitar que estudantes dominicanos possam estudar em Nova Iorque, assim como profissionais interessados em exercer na cidade.

Luis Sepúlveda foi eleito pela primeira vez senador pelo distrito 32 de Nova Iorque em 2018. Em 2022, o presidente dominicano, Luis Abinader, concedeu-lhe a nacionalidade do país. Representa áreas como o Bronx, onde existe uma grande presença de dominicanos em Nova Iorque.

O legislador impulsionou a aprovação de leis como a que permite a concessão de cartas de condução independentemente do estatuto migratório, bem como a que atribui bolsas universitárias a filhos de imigrantes em situação irregular.