Olhares pelo Mundo

Múmia egípcia com 4300 anos estava envolvida em folhas de ouro

Poderá ser a mais antiga e mais completa múmia, que não pertence à realeza, a ser encontrada no Egito. Os arqueólogos localizaram um conjunto de túmulos da 5.ª e 6.ª dinastia na necrópole de Saqqara.

Escavações em Saqqara, Egito.
Escavações em Saqqara, Egito.
MOHAMED ABD EL GHANY
Escavações em Saqqara, Egito.
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Foi descoberta, na necrópole de Saqqara, uma múmia com 4.300 anos no Egito. O corpo mumificado estava envolvido em folhas de ouro. Poderá ser a múmia mais antiga e mais completa, que não pertence à realeza, alguma vez encontrada.

A múmia estava identificada como sendo um homem chamado Hekashepes. Foi enterrado dentro de um sarcófago de calcário, numa sala localizada a 15 metros de profundidade, avança o arqueólogo Zahi Hawas, antigo ministro das Antiguidades do Egito. O sarcófago estava perfeitamente selado, com argamassa, quando os egiptólogos o encontraram.

“Ao abrir o primeiro sarcófago, vi uma múmia do Reino Antigo. Acredita-se que a múmia, que estava coberta com folha de ouro, tenha 4.300 anos. Apesar de sabermos que o alto nível de mumificação remonta ao Novo Reino, o processo usado Reino Antigo não se comparam com o do Novo Reino. Mas a descoberta de tal múmia é um achado arqueológico muito importante", disse Zahi Hawass.

Escavações em Saqqara, Egito.
MOHAMED ABD EL GHANY

Foram também localizadas e desenterradas outras múmias, cujos túmulos remontam ao período de regência das 5.ª e 6.ª dinastias.

Uma delas – a maior – seria de um padre, inspetor e supervisor de nobres chamado Khnumdjedef, que remonta ao reinado de Unas, último faraó da 5.ª dinastia. Outra pertencia a um “guardador de segredos e assistente do grande líder do Palácio” chamado Meri, um estatuto que lhe permitiria realizar rituais religiosos especiais.

Num outro túmulo foi encontrada a múmia de um juiz e escritor chamado Fetek. O sarcófago estava decorado com uma impressionante coleção de estátuas – a maior encontrada na área até agora – entre as quais estava a representação de um homem com a sua mulher e filho.

Foram ainda encontrados vários itens de olaria nos diversos túmulos. Segundo o arqueólogo Zahi Hawass, estas descobertas remontam aos séculos XXV e XII A.C.

“Esta descoberta é tão importante porque liga os reis às pessoas que viviam entre eles”, explica à BBC Ali Abu Deshish, um dos arqueólogos envolvidos na escavação.

A região de Saqqara é uma necrópole ativa há mais de 3000 anos. Está localizada sobre a antiga capital egípcia Memphis e inclui dezenas de pirâmides. Foi, por isso, considerada Património Mundial da UNESCO.