O político e antigo ministro Jorge Coelho morreu esta quarta-feira, aos 66 anos. Ricardo Costa recorda, para além da carreira política e da gestão do grupo Mota-Engil, a decisão “que explica bem o tipo de político que era” de abrir uma queijaria em Mangualde, terra-natal, que potenciou a criação de muito emprego na zona.
“Nunca perdeu a ligação à sua terra e como a vida lhe correu bem a nível material, investiu na sua região produzindo e dando emprego às pessoas daquela zona. Explica muito bem o tipo de político que Jorge Coelho era”, afirma.
O braço direito de Guterres
Ricardo Costa lembra ainda o “chamado homem-máquina, muito importante para Guterres até antes de ser ministro” e destaca a excelente organização, discurso sofisticado e o ótimo conhecimento do terreno que Jorge Coelho detinha, características que "não tornavam surpreendentes” o lugar de destaque ao lado do então primeiro-ministro.
“Mais tarde, enquanto político no Parlamento, era muito duro. Era uma pessoa muito profissional. Nos debates era de longe a pessoa mais preparada para as negociações.”
Sobre a tragédia de Entre-os-Rios, em 2001, que resultou na sua demissão, tendo assumido a responsabilidade política pelo desastre, Ricardo Costa classifica o ato como “surpreendente e de honra”, sobretudo por ter sido pressionado a não o fazer.
“A sua demissão acaba por ter um efeito dramático na maneira como Guterres estava na política, começa a partir desses momentos a ficar bastante menos amparado do ponto de vista político. Era a pessoa mais importante para Guterres”, conclui.