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Novos cursos superiores de dois anos são aprovados quinta-feira

As regras dos cursos superiores de curta duração  serão aprovadas quinta-feira em Conselho de Ministros mas os politécnicos  temem que o diploma tenha de ser alterado antes de entrar em vigor, uma  vez que existem questões "criticas". 

(Reuters)
© Stephane Mahe / Reuters

As praxes académicas e os novos cursos superiores foram os principais  temas debatidos hoje de manhã no Palácio das Laranjeiras, onde estiveram  reunidos o secretário de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes,  e os representantes dos institutos politécnicos.  

No final do encontro, o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos  Superiores Politécnicos (CCISP), Joaquim Mourato, saudou a decisão de "finalmente"  ser aprovado em Conselho de Ministros o diploma que vai definir as regras  de funcionamento dos novos cursos superiores, que terão a duração de apenas  dois anos.  

No entanto, Joaquim Mourato lamentou a falta de informação sobre estes  cursos que vão começar a funcionar no próximo ano letivo nos politécnicos.

Neste momento, sabe-se que além das licenciaturas, mestrados e doutoramentos,  no próximo ano letivo deverá haver a possibilidade de estudar para um novo  grau académico: o de Técnico Superior Profissional, que é uma "espécie de  meia licenciatura", exemplificou o secretário de estado. 

Os novos cursos destinam-se a jovens com mais de 18 anos que tenham  terminado o secundário ou a quem falte apenas uma disciplina para terminar  o 12. ano, disse Ferreira Gomes, explicando que no caso de não terem o  secundário completo, os alunos podem fazer as disciplinas que faltam "ao  longo do 1. ano" do curso superior. 

Os cursos também vão implicar o pagamento de uma propina anual, que  será fixada pelos politécnicos. Segundo Ferreira Gomes, o valor máximo da  propina não poderá ultrapassar o valor das licenciaturas "mas, provavelmente,  será um valor menor". 

Para aceder aos novos cursos, os alunos não terão de fazer exames nacionais  mas sim uma prova local no instituto onde pretendem ingressar. 

"As empresas terão um papel crucial que é dizer quais são as suas necessidades  e depois acolher estes jovens. Estes são cursos de dois anos. No primeiro  ano é dada formação geral. No 2. tem um primeiro semestre de formação profissionais  e um segundo semestre é estágio numa empresa", explicou o secretário de  estado. 

Para Joaquim Mourato, as informações disponibilizadas pelo Ministério  da Educação e Ciência (MEC) aos representantes dos politécnicos são apenas  "um rascunho do que vai ser apresentado em Conselho de Ministros", havendo  ainda questões por esclarecer. 

"Existem algumas situações que são criticas e que ainda temos dificuldade  em perceber com exatidão", criticou Joaquim Mourato referindo-se, nomeadamente,  ao financiamento dos cursos e à forma como estes cursos se irão distinguir  dos restantes cursos de especialização tecnológica. 

"Ainda não temos o conhecimento completo de como se organiza, de como  se faz a ligação ao ensino superior, como é que são financiados, como é  que convivem com os cursos de especialização tecnológica. Estas questões  estão por esclarecer", alertou em declarações aos jornalistas. 

Segundo Joaquim Mourato, depois da aprovação do diploma em Conselho  de Ministros haverá uma sessão de trabalho com a secretaria de Estado para  perceber como implementar os novos cursos nos institutos politécnicos. 

No entanto, defendeu, nessa altura poderá ser tarde demais: "Provavelmente  vamos estar a discutir esse assunto com o documento aprovado o que é um  enorme risco. Se encontrarmos questões que não podem ser ultrapassadas,  provavelmente terá de ser alterado antes de ser implementado", concluiu  Mourato. 

Confrontado com estas críticas, o secretário de Estado sublinhou a qualidade  do diploma: "O senhor presidente do CCISP apresentou algumas preocupações  que nós partilhamos. É natural que haja algumas dúvidas, mas a legislação  é razoavelmente aberta para poder enquadrar algumas das preocupações e vamos  acompanhar a entrada em funcionamento desses cursos para garantir o seu  sucesso". 

O secretário de Estado explicou ainda que o financiamento dos cursos  está previsto no quadro comunitário de apoio através dos programas regionais  operacionais. 

Lusa