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Isaltino Morais é libertado após processo judicial complexo

Isaltino Morais foi libertado hoje, para cumprir em liberdade condicional o resto da pena de prisão efetiva por branqueamento de capitais e fraude fiscal a que foi condenado em agosto de 2009, seis anos depois de iniciada a investigação.

(Lusa)
JOSE SENA GOULAO

Principais datas do Caso Isaltino:

24 de junho 2014 - O Tribunal da Relação de Lisboa anula a decisão do  Tribunal de Execução de Penas e determina a liberdade condicional a Isaltino  Morais. 

18 de fevereiro 2013 - O Tribunal de Execução de Penas de Lisboa rejeita  o pedido de prisão domiciliária, com pulseira eletrónica. A defesa do ex-autarca  recorre para a Relação. 

24 abril 2013 - Isaltino Morais é detido para cumprir uma pena de prisão  efetiva de dois anos por branqueamento de capitais e fraude fiscal. 

12 abril 2013 - O Tribunal de Oeiras rejeita o pedido de prescrição  do crime de branqueamento de capitais interposto por Isaltino Morais. 

13 março 2013 - O Tribunal Constitucional (TC) recusa o recurso de  Isaltino Morais, deixando ao Tribunal de Oeiras a decisão de ordenar o cumprimento  da pena de dois anos de prisão efetiva aplicada ao autarca. 

4 março 2013 - Isaltino Morais apresenta o último recurso no TC, com  efeito suspensivo à execução da pena de prisão de dois anos. 

1 março 2013 - O TRL rejeita a reclamação apresentada por Isaltino  Morais, esgotando os recursos para aquele tribunal e para o Supremo. 

11 fevereiro 2013 - Isaltino Morais apresenta na Relação uma reclamação,  a última diligência para evitar o trânsito em julgado da prisão efetiva,  solicitando a revogação da decisão daquela instância que lhe foi desfavorável,  a 29 de janeiro, relacionada com a prescrição de crimes de fraude fiscal  alegadamente cometidos em 2000 e 2001. 

29 janeiro 2013 - O TRL rejeita dois recursos interpostos por Isaltino  Morais relacionados com os crimes de fraude fiscal que lhe são atribuídos.

8 novembro 2012 - O STJ indefere a reclamação de Isaltino Morais,  que insistia na existência de contradições do TRL sobre o trânsito em julgado  da pena de dois anos de prisão efetiva. Os juízes conselheiros Souto de  Moura e Isabel Pais Martins confirmam, em conferência, que não existe "nenhuma  inconstitucionalidade" para "se rejeitar o recurso para o STJ do acórdão  da Relação de 24 de abril de 2012". 

23 maio 2012 - O MP de Oeiras considera prescrito o procedimento criminal  contra Isaltino Morais pelo crime de corrupção passiva para ato ilícito,  arquivando o inquérito. Contudo, a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa  esclarece que este arquivamento por prescrição (do crime de corrupção) "não  tem qualquer relação, relevância ou consequência" na pena. 

24 abril 2012 - O TRL considera que os crimes a que Isaltino Morais  foi condenado não prescreveram e rejeita um pedido do MP para que o autarca  seja preso, alegando que enquanto a decisão sobre a prescrição dos crimes  não transitar em julgado - permitindo recurso para o TC - Isaltino Morais  não pode ser detido. 

12 outubro 2011 - O TC rejeita o recurso interposto por Isaltino Morais,  que pretendia ter sido julgado por um tribunal de júri. O autarca diz que  existem ainda recursos a decorrer. 

3 outubro 2011 - O Conselho Superior de Magistratura escolhe o juiz  desembargador Mário Morgado para inspetor do processo de averiguação da  decisão da juíza que validou a prisão do autarca de Oeiras. Isaltino Morais  pede que a juíza do Tribunal de Oeiras Carla Cardador seja afastada do processo-crime.

30 setembro 2011 - O Tribunal de Oeiras decreta a libertação imediata  de Isaltino Morais, fundamentada no princípio "in dubio pro reo" (em caso  de dúvida, decide-se a favor do réu).  

29 setembro 2011 - Isaltino Morais é detido pela PSP, no "cumprimento  de um mandado de detenção".  

Junho 2011 - O STJ admite a subida do recurso da defesa de Isaltino  Morais para o TC, com efeito suspensivo da pena de prisão efetiva. 

Maio 2011 - O STJ rejeita o pedido de anulação da pena de dois anos  de prisão efetiva de Isaltino Morais e faz subir para o dobro a indemnização  cível que o autarca estava obrigado a pagar.  

Setembro 2010 - O MP recorre da decisão do Tribunal da Relação de Lisboa.  A defesa avança com recursos para o TC e para o STJ para "fazer cair" a  pena de prisão efetiva. 

Julho 2010 - O Tribunal da Relação de Lisboa decide baixar a pena de  prisão de sete para dois anos pelos crimes de fraude fiscal e branqueamento  de capitais e anular a pena de perda de mandato. 

Agosto 2009 - O autarca é condenado a sete anos de prisão e a perda  de mandato por fraude fiscal, abuso de poder e corrupção passiva para ato  ilícito e branqueamento de capitais no Tribunal de Sintra. Isaltino Morais  recorre para a segunda instância.  

Junho 2008 - O Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa decide  que o autarca vai a julgamento por crimes de participação económica em negócio,  corrupção, branqueamento de capitais, abuso de poder e fraude fiscal. 

Junho 2005 - Em plena pré-campanha eleitoral autárquica, em que é candidato  independente à Câmara de Oeiras, Isaltino Morais é constituído arguido.

Abril 2003 - Isaltino Morais abandona o Governo quando surgem suspeitas  de que tinha contas bancárias não declaradas na Suíça e na Bélgica, dando  lugar a uma investigação levada a cabo pelo Departamento Central de Investigação  e Ação Penal. 

2002 - Isaltino Morais é presidente da Câmara de Oeiras há 16 anos  quando abandona o cargo para assumir funções de ministro das Cidades, Ordenamento  do Território e Ambiente do XV Governo Constitucional. 

Lusa

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