A menos de 48 horas da votação, um conjunto de deputados do PSD que se opõe à despenalização da eutanásia anunciou que vai avançar com a iniciativa de propor um referendo.
A direção social-democrata tinha acabado de se reunir com o Presidente da República, garantindo que o tema não tinha sequer sido alvo de conversa em Belém. Rio disse, na semana passada, que o referendo não era a questão que se colocava. Até agora.
Se a despenalização da eutanásia não dividisse já os partidos políticos, a questão do referendo divide ainda mais. E se o Presidente do PSD afirma que só os que pretendem que o sim não ganhe o têm vindo defender, o CDS garante que não é assim e em qualquer circunstância, disse o líder centrista, Francisco Rodrigues dos Santos, esta terça-feira, "sem dúvida, apoia o referendo".
O PS, por seu lado, insiste na recusa da consulta popular.
Carlos César responde aliás que se o argumento de que os socialistas não têm a despenalização da eutanásia no programa eleitoral tem sido usado, o referendo também não está no programa político, remetendo para a consciência de cada um.
O facto desta ser uma matéria de consciência é também o argumento do PCP, embora comunistas e socialistas não comunguem da mesma opinião quando os projetos-lei subirem ao plenário para votação: o PCP vai votar contra.
No PS - que tem um dos projetos a votos - há algumas dúvidas. Mas é mais na bancada do PSD que as divisões se tornam evidentes.
PS e PSD dão liberdade de voto aos deputados.