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Nova denúncia contra o SEF. Esmurrado, pontapeado e algemado a carrinho de bagagens

Os detalhes do alegado espancamento investigado pelo Ministério Público.

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O Ministério Público está a investigar mais uma denúncia de um alegado espancamento por parte do SEF que terá ocorrido em novembro de 2019.

Imigrante brasileiro viu corpo de Ihor Homeniúk

Um imigrante detido ao mesmo tempo que Ihor Homeniúk contou à advogada que viu os inspetores arrastarem o corpo do cidadão ucraniano.

Já a PJ investigava a morte do cidadão ucraniano quando uma advogada contactou a Polícia Judiciária, alegando ter informações sobre o caso. A 30 de março, contou que se deslocou ao Centro de Instalação Temporária do SEF, a pedido de um cliente de nacionalidade brasileira ali detido.

O homem encontrava-se perturbado e assustado e explicou que um indivíduo estaria morto naquele local. Referiu-lhe, ainda, que avistou os inspetores do SEF a arrastar o referido indivíduo, tendo aqueles elementos alegado que o mesmo teria tido um ataque cardíaco, provocando a sua morte.

Cabo-verdiano terá sido agredido em novembro de 2019

Antes do caso de Ihor, já o Ministério Público investigava outra denúncia de espancamento por inspetores do SEF. Trata-se de uma queixa apresentada por um cidadão cabo-verdiano. O homem viveu 20 anos em Portugal, onde constituiu família, e foi preso por tráfico de droga, com pena acessória de expulsão do país.

Por ter mulher e filhos em Portugal, recorreu para o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, pedindo que a expulsão fosse anulada. Rejeitou a saída em liberdade condicional, na expectativa que chegasse uma decisão a ser favor de Estrasburgo. Situação que explicou aos inspetores do SEF que o foram buscar em novembro de 2019 a Alcoentre e o levaram para o aeroporto.

No centro de detenção terá sido pontapeado, esmurrado, algemado a um carrinho de bagagens e obrigado a ficar de cócoras. O cidadão cabo-verdiano conta que esteve sem comer e que não o deixaram falar nem com a família nem com a advogada.

Contactada pela SIC, a advogada confirmou a queixa, recusando-se a fazer mais comentários.