Uma procuradora do Ministério Público (MP) mandou a PSP vigiar jornalistas no âmbito de um processo que investiga eventuais crimes de violação do segredo de justiça. Juristas ouvidos pela SIC consideram que a atuação do MP pôs em causa o direito ao sigilo profissional, previsto na Constituição. Também o Sindicato dos Jornalistas já pediu esclarecimentos à Procuradoria-Geral da República.
Convicta que alguém do meio dos tribunais e das polícias teria violado o segredo de justiça do processo E-toupeira, a magistrada Andrea Marques decidiu que vigiar os alegados destinatários seria o caminho certo para encontrar o alegado autor da fuga de informação.
Ordenou por isso à PSP vigilâncias para compreender com quem se relacionam e que tipo de contactos estabelecem com fontes do processo. Mas ao seguir um jornalista durante semanas a fio, os investigadores não vigiaram apenas as fontes do processo, mas todas as fontes com quem contactou.
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