O Conselho de Ministros aprovou esta sexta-feira uma proposta de lei, a ser votada em breve no Parlamento, que dispensa a necessidade de pareceres autárquicos favoráveis para a construção de aeroportos, depois da Autoridade Nacional da Aviação Civil ter chumbado a viabilidade do projeto porque as câmaras da Moita e do Seixal, dois dos concelhos afetados, deram parecer negativo.
O bastonário da Ordem dos Engenheiros considera “não ter lógica” que duas câmaras possam obstaculizar um investimento de interesse nacional, mas “parece estranho” fazer as coisas à medida, esperando que esta alteração “não tenha sido feita para conjugar interesses que entretanto apareceram”.
Carlos Mineiro Aires explica que o que está em causa na construção do aeroporto do Montijo é que este “é todo um processo que não seguiu as regras que devia ter seguido nomeadamente questões de natureza ambiental”, aponta.
O bastonário diz ainda que os atrasos não beneficiam ninguém e que “está na altura” de ser tomada uma decisão.
“Se Portugal se quer posicionar de forma geoestratégica em relação a África, América e Europa, necessita de ter um aeroporto em condições”, conclui.
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