Bernardo Ferrão considera que o Presidente da República "empurrou", esta quarta-feira, o ministro da Administração Interna para dar explicações sobre o acidente mortal com o carro em que seguia.
Na Edição da Tarde, lembrou que, até agora, Eduardo Cabrita não falou sobre o caso:
"Cabrita devia explicar, enquanto ministro e pessoa, exatamente o que se passou", defende, acrescentando que a ausência de esclarecimentos leva a uma "confusão de informações que só tiram ainda mais autoridade à pouca que Cabrita tem".
O ministro da Administração Interna recusou-se esta quarta-feira a falar sobre o acidente na autoestrada A6. Eduardo Cabrita, que acompanhava o Presidente da República numa visita à Unidade Especial de Polícia da PSP, em Belas, Sintra, não prestou declarações aos jornalistas, mesmo quando questionado sobre o acidente que envolveu o carro em que seguia.
"Não é de todo o momento adequado", disse Eduardo Cabrita.
As declarações do ministro foram feitas após Marcelo Rebelo de Sousa afirmar as jornalistas que o essencial era apurar a matéria de facto sobre o acidente.
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Bernardo Ferrão levanta questões como a realização do teste de alcoolemia ao motorista do ministro e se Eduardo Cabrita ficou no local. Diz também que tem havido falta de transparência sobre o acidente.
"São demasiados processos que envolvem Cabrita numa nuvem cinzenta de falta de informação, de trapalhadas", afirma.
Acrescenta, por isso, que o primeiro-ministro devia explicar a razão para segurar o ministro e dar explicações sobre o que aconteceu.
Além disso, o diretor-adjunto de informação da SIC salienta que o ministro da Administração Interna não foi ao funeral da vítima mortal nem se fez representar.