O Ministério do Ambiente e da Ação Climática abriu um inquérito na sequência da morte de mais de uma dezena de animais num abrigo ilegal em Vila Real de Santo António.
O PAN denunciou a morte de "pelo menos 14 animais" na sequência do incêndio que deflagrou em Castro Marim. Os animais encontravam-se "num abrigo ilegal, no local de Santa Rita (concelho de Vila Real de Santo António), já sinalizado, desconhecendo-se para já as razões pelas quais não foram resgatados com vida", adiantou o PAN em comunicado esta terça-feira.
A abertura do inquérito, pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, "destina-se analisar e apurar as circunstâncias que, do ponto de vista administrativo, permitiram o funcionamento do referido abrigo", explica o Ministério do Ambiente em comunicado.
A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, "em contacto com as estruturas locais do partido no Algarve", explica que "está já a diligenciar no sentido de apresentar uma queixa-crime junto do Ministério Público e de questionar os ministérios da Administração Interna e do Ambiente e Ação Climática" para que "venham cabalmente esclarecer as circunstâncias que levaram a este desfecho".
A Câmara de Vila Real de Santo António diz que "desconhecia a existência" deste abrigo. Luís Romão, presidente da Câmara Municipal, garantiu que o abrigo, situado na localidade de Santa Rita, acolhia animais sem o conhecimento do município e pertencia a um privado, que não fez qualquer pedido de ajuda para a retirada dos animais do local, onde acabaram por morrer no fogo.
O autarca refutou ideia de que o abrigo já estava "sinalizado", como indicou o PAN, e assegurou que não havia conhecimento da sua existência na autarquia.
"Desconhecíamos. Soube dessa informação ainda agora, pelo que percebi é uma coisa particular, ilegal e que nem sequer pediu auxílio nenhum. Nem o serviço municipal de Proteção Civil sabia da sua existência", afirmou Luís Romão.
O presidente da Câmara lamentou que, depois de a autarquia ter conduzido "com sucesso" a retirada de cerca de 300 animais do canil e gatil municipal como precaução, devido à aproximação do fogo, transportando-os com o apoio de voluntários para instalações em Tavira e Loulé, tenha tido esta "surpresa" da morte de mais de uma dezena de animais.
Este incêndio deflagrou na madrugada de segunda-feira na freguesia de Odeleite, no concelho de Castro Marim, mas estendeu-se para os municípios vizinhos de Vila Real de Santo António e de Tavira. Foi dominado às 16:00 desta terça-feira e no terreno chegaram a estar mais de 600 operacionais a combater as chamas.