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O que podia ter sido feito para evitar a fuga de João Rendeiro à justiça?

João Renderio, ex-presidente do Banco Privado Português, assume que fugiu à justiça e diz que não tenciona regressar a Portugal.

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João Rendeiro, ex-presidente do Banco Privado Português, condenado na terça-feira a prisão efetiva num processo por crimes de burla qualificada, garante que não vai voltar a Portugal.

Num texto publicado esta terça-feira no seu blogue Arma Crítica, afirma que no decurso dos processos em que foi acusado fez várias deslocações ao estrangeiro e regressou sempre ao país, mas desta vez não tenciona regressar.

Rui Gustavo, jornalista do Expresso, explica que poderia ter sido "decretada uma medida de coação mais gravosa que impedisse João Rendeiro de ter ido para o estrangeiro".

João Rendeiro foi condenado a três anos e meio de cadeia num processo relacionado com o BPP. Este é o terceiro caso em que é condenado a prisão efetiva, num deles já sem hipótese de recurso.

O que agora tem de ser feito, diz Rui Gustavo, é a emissão de mandados de captura para o deter: "É um facto e é verdade que Portugal não tem acordos de extradição com todos os países do mundo (...). Não será fácil a João Rendeiro arranjar um país onde não possa ser extraditado, mas também não é impossível".

Na origem deste julgamento está a queixa do embaixador jubilado Júlio Mascarenhas que, em 2008, investiu 250 mil euros em obrigações do BPP, poucos meses antes de ser público que a instituição liderada por João Rendeiro estava numa situação grave e ter pedido um aval do Estado de 750 milhões de euros.

Também neste processo estavam acusados os ex-administradores Paulo Guichard e Salvador Fezas Vital (o único presente no tribunal). O primeiro foi condenado a três anos de prisão e o segundo a dois anos e seis meses de prisão.

O tribunal decidiu que os ex-gestores do BPP terão ainda de pagar 225 mil euros por danos patrimoniais e 10 mil euros por danos morais a Júlio Mascarenhas.

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