As autoridades realizaram esta quarta-feira buscas em Lisboa e em Cascais, relacionadas com o caso do antigo presidente do BPP, João Rendeiro.
De acordo com o comunicado divulgado pelo DCIAP, em causa estão os crimes de branqueamento de capitais e descaminho, "relacionados com fundos que se suspeita terem sido retirados do Banco Privado Português, assim como com as obras de arte apreendidas a João Rendeiro no âmbito de processo no qual se encontra condenado".
Ao que a SIC apurou, foram realizadas mais de uma dezena de buscas domiciliárias, entre as quais à casa do presidente da Antral, Florêncio Almeida, e do filho - ex-motorista de Rendeiro -, ambos com o mesmo nome.
Também a casa de João Rendeiro e o apartamento comprado pelo ex-motorista, ambos na Quinta Patino, estão a ser alvo de buscas.
Dezenas de elementos da Polícia Judiciária e do DCIAP cumprem 17 mandatos de busca, nove domiciliários e oito não domiciliários.
No comunicado, o DCIAP anuncia ainda que foi emitido um mandado de busca contra "uma suspeita" que, ao que a SIC apurou, trata-se da mulher que João Rendeiro, que já foi detida.
Os inspetores estão a recolher documentação para provar as ligações entre João Rendeiro e o ex-motorista e o presidente da Antral, como adianta o jornalista Vítor Lopes.
Em causa estará a compra de um apartamento no mesmo condomínio de luxo do patrão, a Quinta Patino, em Cascais, por 1,15 milhões de euros, o qual cedeu à mulher do ex-banqueiro o direito de lá viver.
A investigação da SIC teve acesso aos documentos, alguns datados de abril, cinco meses antes de Rendeiro fugir à Justiça.
Era uma propriedade da Caixa Geral de Depósitos e foi comprada a pronto pagamento por Florêncio de Almeida.
Em dezembro de 2020, num contrato-promessa com eficácia real, Florêncio de Almeida promete alienar o usufruto do apartamento, por cerca de 201 mil euros, à mulher de João Rendeiro.
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