Maria de Jesus Rendeiro fica em prisão domiciliária, com pulseira eletrónica, decidiu esta quinta-feira o tribunal.
A medida será aplicada só depois de preparado, em termos técnicos, dentro da habitação de Maria de Jesus Rendeiro, o equipamento para manter o controlo à distância.
Até à conclusão da preparação, contará com seguranças à porta com a função de vigilância.
Segundo a mesma informação divulgada esta noite pelo Tribunal, a mulher de João Rendeiro viu ainda ser-lhe aplicada como medida de coação a proibição de contactar com o presidente da Antral, Florêncio de Almeida e com filho deste.
A juíza alerta para perigos de fuga, de perturbação do inquérito e de continuação da atividade criminosa - este não previamente referido pelo Ministério Público.
Maria de Jesus Rendeiro foi ouvida esta quinta-feira
A mulher de João Rendeiro foi esta quinta-feira ouvida no Tribunal de Instrução Criminal, por suspeitas de crimes de descaminho e branqueamento de capitais, e optou por prestar declarações, ao contrário da última sexta-feira, em que recusou prestar declarações por não ter condições psicológicas.
Tem agora que dar explicações sobre o desaparecimento, a venda e a falsificação de uma dúzia de quadros que tinham sido arrestados ao marido, mas que era a ela que cabia proteger quando a justiça a nomeou como fiel depositária das obras de arte.
Incorre agora num crime de descaminho, que pode ser punido até cinco anos de cadeia.
Para além disso, Maria de Jesus terá ainda que justificar o envolvimento em negócios imobiliários duvidosos com o motorista do casal, filho do presidente da Antral, que, de acordo com a investigação, podem indiciar um esquema de branqueamento de capitais.
CASO BPP
O antigo presidente do Banco Privado Português (BPP), João Rendeiro, condenado no final de setembro a três anos e seis meses de prisão efetiva num processo por burla qualificada, está em parte incerta após ter fugido à justiça.
O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, aconteceu em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa.
O BPP originou vários processos judiciais, envolvendo burla qualificada, falsificação de documentos e falsidade informática, bem como processos relacionados com multas aplicadas pelas autoridades de supervisão bancária.