Rui Rio e Paulo Rangel, que se conhecem há 20 anos, já foram aliados, contudo, agora são adversários: o Partido Social Democrata escolhe o novo líder a 27 de novembro.
Na noite em que venceu as eleições internas no PSD pela segunda vez, em 2020, Rui Rio contava com o apoio de Paulo Rangel.
O caminho dos dois, contudo, cruza-se, pela primeira vez, há 20 anos.
Rui Rio é candidato à Câmara Municipal do Porto, pela primeira vez, em 2001, com Paulo Rangel a ser o escolhido para redigir o programa eleitoral que fez com que o atual líder do partido vencesse na Invicta.
Os dois são do Porto e os dois assumiram cargos na liderança de Manuela Ferreira Leite: Rio foi vice-presidente, Rangel líder parlamentar.
Em 2010, Paulo Rangel foi candidato a líder, no entanto, Rui Rio, que chegou a ser apontado à corrida, preferiu apoiar José Pedro Aguiar-Branco.
Cinco anos depois, aquando do lançamento da segunda biografia do atual número social-democrata, o adversário não se inibia:
"Rio é uma referência na minha vida política", dizia Paulo Rangel.
Já em 2018, quando Rio avança para conquistar o partido, Rangel prefere ficar neutro, mas acabaria por ficar no topo da lista ao Conselho Nacional negociada entre Rui Rio e o candidato derrotado, Pedro Santana Lopes.
Um ano depois, em 2019, Rui Rio volta a apostar em Paulo Rangel para as europeias.
"Podia ser outra pessoa, mas Rangel não é dispensável", apontava Rio.
A partir daqui o clima da relação esfriou, com a campanha para as últimas eleições europeias a demonstrá-lo, mesmo que, nas últimas eleições autárquicas, Rio quisesse que Rangel concorresse ao Porto, com o eurodeputado a rejeitar.
No dia 27 de novembro, um dos antigos aliados é o próximo líder do PSD.