Os 10 chefes de equipa dos serviços de urgência do hospital Santa Maria apresentaram a demissão esta quarta-feira. A carta escrita pelos clínicos revela as razões que levaram à demissão em bloco, que deverá acontecer já no próximo dia 22.
Em causa está a falta de médicos para preencher as equipas do bloco operatório. Os médicos internos recusam-se a fazer mais horas extraordinárias para além das 150 horas anuais obrigatórias, alguns fizeram mais de 1.000 no último ano.
O Governo garante que está a fazer o "maior esforço de sempre" para reforçar as equipas.
"Nós temos feito o nosso esforço enquanto Governo de criar o maior número de vagas possível, por exemplo, no primeiro concurso e vamos abrir um novo concurso para médicos especialistas", disse António Lacerda Sales, secretário de Estado da Saúde.
No entanto, é um esforço que até ao momento parece não ser suficiente para manter todos os chefes da equipa da urgência cirúrgica.
O Conselho de Administração do hospital já agendou reuniões com os respetivos serviços para o início da próxima semana. O serviço de urgência vai continuar a funcionar dentro normalidade.
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