O ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, assegurou este domingo, em entrevista à SIC Notícias, que não vai haver problemas sociais para os trabalhadores com o fim da central termoelétrica do Pego. Matos Fernandes mostrou-se confiante de que os 150 trabalhadores serão integrados em "futuros projetos industriais".
Questionado sobre o futuro profissional dos trabalhadores que integravam a central termoelétrica a carvão, em Abrantes, o ministro do Ambiente diz estar "preocupado" e na próxima terça-feira o assunto será abordado na reunião com os sindicatos.
Matos Fernandes não avançou com uma data para divulgar o que vai acontecer aos trabalhadores, mas garantiu que "o patrão vai mantê-los enquanto o concurso estiver a decorrer, isto é, até meados de janeiro". Caso tal não aconteça, o Governo intervirá para assegurar os salários dos funcionários até terem novo emprego".
PORTUGAL GANHA COM O ENCERRAMENTO DA CENTRAL
O ministro do Ambiente adianta que o encerramento da central a carvão do Pego abre um caminho positivo para Portugal, nomeadamente, "ganhos ambientais, ganhos da balança comercial, ganhos tecnológicos e em termos de autonomia energética".
Para atingir a neutralidade carbónica em 2050, previa-se que as duas centrais, a do Pego e de Sines, terminassem em 2030 e Portugal conseguiu antecipar em 9 anos o encerramento.
A produção de energia a partir do carvão passou a "inviável" devido à medida de taxação das centrais.
"Para que a Central a carvão do Pego funcione, os portugueses pagam 100 milhões de euros por ano."
PREÇO DA ELETRICIDADE MAIS BAIXO NO PRÓXIMO ANO
O ministro do Ambiente ainda rejeitou impactos no custo da eletricidade para a população:
"Quanto mais eletricidade renovável nós utilizarmos, mais barata será a eletricidade. O preço da eletricidade no próximo ano vai baixar para os portugueses".
A Central Termoelétrica do Pego é a última unidade a produzir energia a carvão do país, tendo o Governo decidido que a sua atividade deveria terminar até ao dia 30 deste mês.