O presidente do PSD diz que se ganhar as diretas no partido é sinal de que há um maior número de militantes livres. Em entrevista à TSF e Jornal de Notícias, Rui Rio admite que Paulo Rangel terá mais apoiantes no aparelho partidário.
“Sei como é que as coisas estão e sei que efetivamente o meu adversário tem mais aparelho partidário com ele do que eu, na contabilidade entre concelhias e distritais, ele tem mais do que eu – não andei a contar, mas noto isso. Naquilo que é a vontade dos militantes, que no limite é quem vota, eu tenho mais do que ele”, disse Rui Rio.
O atual líder do PSD ressalva, no entanto, que “há um conjunto de militantes por esse país fora que, ao longo dos anos, tem tendência a votar em quem o chefe local manda votar”, o que pode ser prejudicial para o seu resultado.
“Se essa percentagem fosse hoje tão elevada como já foi no passado, a minha situação era mais difícil. Portanto, se o meu adversário ganhar então o aparelho tem uma influência grande sobre os militantes e manda nos militantes, se ele perder e ganhar eu é porque há um numero de militantes livres maior.”
Se vencer as internas e se for eleito nas próximas eleições legislativas, o presidente do PSD já tem propostas para pôr em prática: defende a redução primeiro do IRC e depois do IRS. Sobre aumentos na função pública, Rui Rio diz que os juízes não precisam de ser aumentados.
“Na função pública temos profissões que têm de ser mais bem pagas. Temos médicos, oficiais generais, juízes, professores, temos muitas funções qualificadas que têm de ser mais bem pagas, portanto a comparação não se faz assim. Estas pessoas são altamente privilegiados e este Governo ainda os privilegiou mais em termos relativos aos outro – em termos absolutos, quanto mais pudermos pagar às pessoas melhor”, disse Rui Rio.
Quando questionado se os juízes não precisam de ser aumentados, Rio respondeu: “Não precisam, não. A não ser que entretanto haja folga para aumentar todos os outros.”
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