"Se houver uma evolução no número de casos que nos desvie" do caminho definido, "o Governo não hesitará em agendar uma reunião" com os especialistas. A garantia foi dada, esta quinta-feira, pela ministra Mariana Vieira da Silva.
Perante o agravamento da situação pandémica registado nos últimos dias, o Executivo não afasta a possibilidade de voltar a ouvir os especialistas, mas essa não é para já uma prioridade.
"A reunião do Infarmed que se realizou há duas semanas teve precisamente como propósito planear o conjunto de medidas que deviam vigorar até ao mês de janeiro. Naturalmente que se houver uma evolução no número de casos que nos desvie daqueles cenários que lá [na reunião] foram apresentados, o Governo não hesitará em agendar uma reunião", vincou.
No briefing no final da reunião do Conselho de Ministros, a ministra de Estado e da Presidência esclareceu que, apesar do gradual aumento da incidência da covid-19, "não está nenhuma reunião agendada pela razão de ser de que a reunião que existiu [há duas semanas] foi precisamente para preparar todo este período até janeiro".
Além disso, o país está ainda longe de atingir as "linhas vermelhas", designadamente no que respeita a internados em cuidados intensivos. Pelo que, prosseguiu a ministra, "julgamos que as medidas que entraram em vigor ontem [quarta-feira] são as necessárias".
Ainda assim, Mariana Vieira da Silva assegurou que o Governo vai "continuar a acompanhar os números", e, "naturalmente, se for necessário, como foi sempre possível ao longo destes quase dois anos, será marcada uma reunião".
"Agora o objetivo da [última] reunião no Infarmed foi precisamente o de preparar este período do inverno e é também por isso que desenhámos medidas para vigorarem até março", concluiu.
Primeiro-ministro não exclui novas medidas para o Natal
Ontem, dia em que entraram em vigor as novas restrições, o primeiro-ministro garantiu que se for necessário conter a evolução de novos casos, o Governo poderá implementar restrições mais duras, apesar de não as desejar. "O que é que nós todos desejamos? Que elas não sejam necessárias. O que devemos ter presente? Se forem necessárias cá estamos para adaptar as medidas", disse António Costa.
Questionado sobre se admite restrições suplementares para o período das festas, designadamente no que se refere a restrições de viagens entre concelhos, o chefe do Governo salientou que o país já está "há quase dois anos nesta pandemia", tendo retirado duas lições.
E quais são? A necessidade de "adotar medidas o mais cedo possível e que perturbem o mínimo possível a vida das pessoas, o esforço de recuperação da economia e a proteção dos empregos das empresa", e a necessidade de se "estar sempre atento para ter que tomar uma nova medida caso ela venha a se tornar necessária".
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