O motorista do ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita foi acusado esta sexta-feira de homicídio por negligência, no caso do atropelamento mortal de um trabalhador na A6. As perícias concluíram que o carro seguia a 166 quilómetros por hora.
Luís Garriapa, editor de sociedade da SIC, explica que falta apurar a responsabilidade efetiva do ministro da Administração Interna, que reagiu esta sexta-feira às conclusões da investigação dizendo que era apenas “um passageiro”.
“Falta saber a responsabilidade efetiva do ministro como tendo ele a direção efetiva do veículo. Ou seja, não era ele que ia a conduzir, mas era ele que devia tomar todas as providências para que aquele veículo não pudesse causar danos noutra pessoa”, explica Luís Garriapa.
A jornalista da SIC Conceição Lino relembra que Eduardo Cabrita era passageiro numa viatura do Ministério que seguia em excesso de velocidade e que é deste Ministério a competência da velocidade e comportamento na estrada.
"A preocupação do Ministério da Administração Interna foi dizer que a estrada não estava sinalizada e eu não entendo do que falam, já que havia uma carrinha a sinalizar, que é o que costuma acontecer quando há estes trabalhos na via”, aponta a jornalista.
Sobre os próximos passos do processo, Luís Garriapa esclarece que cabe agora à defesa do motorista decidir se vai avançar para um pedido de instrução, momento no qual o juiz poderá verificar se as provas e perícias são seguras e se tem condições para levar o motorista a julgamento.
“A partir daí, desenrola-se o julgamento e serão ouvidas todas as testemunhas, nomeadamente o ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita”, refere.
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