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Escolha de Van Dunem "é uma solução sólida mas de transição"

Ministra da Justiça acumula as duas pastas e tomada de posse acontece esta tarde.

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O primeiro-ministro diz que a escolha de Francisca Van Dunem para substituir Eduardo Cabrita à frente da Administração Interna é uma solução sólida mas de transição até às eleições.

O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa aceitou esta sexta-feira as propostas do primeiro-ministro para a exoneração do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e para a sua substituição pela ministra da Justiça.

Francisca Van Dunem vai assim acumular as duas pastas após a demissão de Eduarda Cabrita.

A tomada de posse acontece pelas 15h00 na Sala dos Embaixadores do Palácio de Belém.

Costa afirma que tenciona formar um novo Governo mais curto e ágil

O primeiro-ministro afirmou hoje que, se vencer as eleições legislativas, tenciona formar um Governo mais curto e ágil e disse que a substituição de Eduardo Cabrita por Francisca Van Dunem na Administração Interna é solução transitória.

O secretário-geral do PS adiantou que, se o Orçamento do Estado para 2022 não tivesse chumbado na Assembleia da República, o que motivou uma crise política e a convocação de eleições legislativas antecipadas para 30 de janeiro, tencionava formar um Governo "renovado".

António Costa assumiu estas posições em declarações aos jornalistas, no Parque das Nações, em Lisboa, antes de encerrar o Congresso da Associação Nacional de Autarcas do PS.

Francisca Van Dunem diz que não será ministra da Justiça num próximo Governo

Ao jornal Público, Van Dunem disse que não fará parte do próximo Governo se o Partido Socialista (PS) ganhar as eleições e António Costa assumir a função de primeiro-ministro.

"Eu já estava neste Governo até final da Presidência portuguesa da União Europeia, era a combinação que tínhamos. Porque era suposto que houvesse uma remodelação a seguir", afirmou ao jornal.

A presidência portuguesa do Conselho da União Europeia decorreu entre 01 de janeiro e 30 de junho. Estas declarações da ministra da Justiça contrariam afirmações do primeiro-ministro, António Costa, em setembro, nas quais afastava qualquer remodelação do seu Governo.

Questionada pelo Público sobre a sua decisão de não assumir nenhum cargo num próximo Governo, Francisca Van Dunem disse: "Acho que sou neste momento a pessoa que mais tempo esteve na pasta da justiça".

"Temos de dar lugar a outras pessoas. E depois o meu lugar não é aqui, a minha profissão não é esta. Acho que tenho de ir para o meu lugar", sublinhou.

"Só estive num lugar mais tempo do que este, que foi na Procuradoria-Geral da República, nove anos. Sempre estive cinco/seis anos no mesmo lugar porque chega uma altura em que já não temos capacidade de ver de fora, e isso é importante. Quando ficamos no mesmo núcleo, falamos entre nós, não há respiração. E isto é uma democracia. Tem que vir para cá outra pessoa. Vim na altura porque achei que era uma proposta importante, trabalhar com António Costa, confiava nele, e achei que era um projeto de trabalho interessante", disse.

Francisca Van Dunem esteve no gabinete do procurador-geral da República entre 1999 e 2001 e, entre outros cargos, foi procuradora-geral distrital de Lisboa de 2007 até integrar o Governo de António Costa em 2015.

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