Manuel Pinho e a mulher estão indiciados por crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais. O caso está a ser investigado há 10 anos.
Enquanto foi ministro da economia no Governo de Sócrates, entrou-lhe para o currículo a transformação do setor energético, o gás, a eletricidade, a energia renovável.
Grupo Espírito Santo
Suspeita-se que Manuel Pinho favoreceu os interesses da EDP e do Grupo Espírito Santo.
Em conjunto com a mulher, Alexandra Pinho, Manuel Pinho detinha uma offshore, no Panamá, chamada Tartaruga Foundation - criada quatro dias antes de tomar posse como ministro. Era nas contas desta empresa que o Grupo Espírito Santo depositaria dinheiro para acautelar os interesses de Ricardo Salgado.
Só enquanto foi ministro, Manuel Pinho terá recebido 15 mil euros por mês do GES e nos últimos meses enquanto ministro entraram quase 60 mil euros de uma construtora civil de Gibraltar.
Já a mulher, Alexandra Pinho, curadora de uma coleção de fotografia que lhe valia um salário de 10 mil euros por mês terá recebido do BES 230 mil euros extra, valor que a investigação suspeita ter como destino final o marido Manuel Pinho.
Estado prejudicado em centenas de milhares de euros
Em causa estarão valores que nunca foram declarados e prejudicaram o Estado português em centenas de milhares de euros.
EDP
Num processo que dura há 10 anos e ainda não tem acusação, Manuel Pinho é ainda suspeito de, em 2007, ter favorecido os interesses da EDP, atribuindo rendas excessivas relacionadas com 30 barragens da EDP. Em troca, a empresa terá patrocinado a Universidade de Columbia, em Nova Iorque, para onde Pinho acabou por ir dar aulas.
António Mexia, da EDP, Manso Neto, da EDP Renováveis, foram constituídos arguidos e suspensos de funções.
Polémicas
Manuel Pinho foi ministro da economia de Sócrates entre 2005 e 2009. Deu o grande passo para a aposta na energia renovável, com contratos que os consumidores ainda hoje estão a pagar na conta da luz.
Um ano depois de tomar posse, a oposição já falava em demissão. Colecionou inimigos por causa de algumas declarações. Saiu do Governo após um gesto polémico no Parlamento, dirigido ao comunista Bernardino Soares.
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