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Manuel Pinho fica detido a aguardar medidas de coação

Mulher vai aguardar pelas medidas de coação em liberdade.

Manuel Pinho
Manuel Pinho
MARIO CRUZ

Manuel Pinho vai ficar detido enquanto espera pelas medidas de coação, que serão conhecidas amanhã. Vai passar a noite nas instalações do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, em Moscavide.

Alexandra Pinho, mulher do ex-ministro, cujo mandado de detenção emitido de manhã veio a ser posteriormente anulado, saiu do Campus da Justiça sem prestar declarações aos jornalistas e com o estatuto de arguida, depois de cerca de cinco horas e meia de inquirição no Tribunal Central de Instrução Criminal.

O ex-ministro da Economia foi esta terça-feira detido depois de comparecer no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) para interrogatório no âmbito do caso EDP.

Manuel Pinho é suspeito de fraude fiscal e branqueamento de capitais. Foi hoje presente ao juiz, mas rejeitou prestar declarações.

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Autoridades entenderam que existia perigo de fuga de Manuel Pinho

Antes de ser detido, Manuel Pinho foi revistado. As autoridades ficaram com o telemóvel e com um iPad do antigo ministro, que não levava consigo dinheiro nem cartões, o que avoluma a suspeita de que se pode estar a livrar de bens. Aliás, algumas propriedades do casal, já terão passado para a propriedade da mãe de Alexandra Pinho, mulher de Manuel Pinho.

No início de novembro, a Justiça confrontou Manuel Pinho com 622 novos indícios. Na altura, o antigo ministro da Economia pediu tempo para ler a indiciação e o novo interrogatório ficou marcado para esta terça-feira. Ao início da tarde, já detido, disse ao juiz que não queria prestar novas declarações e remeteu para o que já tinha dito ao Ministério Público.

O casal Pinho não tem residência declarada em Portugal. Fazem a vida entra a China, Estados Unidos e Espanha, onde têm a morada oficial, em Alicante. Téra sido um dos argumentos para o Ministério Público pedir um agravamento das medidas de coação.

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Caso EDP

Manuel Pinho foi constituído arguido no âmbito do caso EDP no verão de 2017, por suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais, num processo relacionado com dinheiros provenientes do Grupo Espírito Santo.

No processo EDP/CMEC, o Ministério Público imputa aos antigos administradores António Mexia e Manso Neto, em coautoria, quatro crimes de corrupção ativa e um crime de participação económica em negócio.

O caso está relacionado com os Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) no qual Mexia e Manso Neto são suspeitos de corrupção e participação económica em negócio para a manutenção do contrato das rendas excessivas, no qual, segundo o Ministério Público, terão corrompido o ex-ministro da Economia Manuel Pinho e o ex-secretário de Estado da Energia Artur Trindade.

O processo tem ainda como arguidos o administrador da REN e antigo consultor de Manuel Pinho, João Conceição, o ex-secretário de Estado da Energia Artur Trindade, Pedro Furtado, responsável de regulação na empresa gestora das redes energéticas e o antigo presidente do BES, Ricardo Salgado.