João Rendeiro tem, desde quarta-feira, um terceiro mandado de detenção internacional. O novo mandado de captura foi emitido esta quarta-feira pelo juiz Francisco Henriques que a 28 de setembro tinha condenado João Rendeiro a 3 anos e seis meses de prisão efetiva por um crime de burla qualificada.
Ao que a SIC apurou, na semana passada, o mesmo magistrado tinha mandado publicar um edital para que Rendeiro se apresentasse em tribunal, sob pena de ser declarado contumaz.
O terceiro mandado de detenção europeu e internacional junta-se a outros dois que já tinham sido postos a circular pelas autoridades nacionais.
A Procuradoria Geral da República está a enviar para o Ministério Público da África do Sul os documentos necessários para a extradição do ex-banqueiro. Portugal tem no máximo 40 dias, a partir da data da detenção de João Rendeiro para entregar todos os elementos. Se falhar o prazo, Rendeiro pode ser libertado.
João Rendeiro volta a tribunal esta sexta-feira
Esta quinta-feira é feriado na África do Sul e, por isso, João Rendeiro vai ter de esperar até sexta-feira para voltar ao tribunal. Há a possibilidade de ficar a saber se continua detido ou se poderá sair em liberdade.
O Ministério Público da África do Sul que diz que há o perigo de nova fuga. A defesa pede uma apresentação periódica às autoridades e o pagamento de uma caução de 2.200 euros.
A estratégia da defesa de João Rendeiro passa por convencer o juiz de que não há perigo de nova fuga caso seja libertado, mas o Ministério Público da África do Sul discorda e propõe que o ex-banqueiro continue na prisão até que seja extraditado para Portugal.
EX-PRESIDENTE DO BPP ESTAVA FUGIDO À JUSTIÇA HÁ TRÊS MESES
O ex-banqueiro foi preso no sábado, num hotel em Durban, na província sul-africana do KwaZulu-Natal, numa operação que resultou da cooperação entre as polícias portuguesa, angolana e sul-africana.
João Rendeiro estava fugido à justiça há três meses e as autoridades portuguesas reclamam agora a sua extradição para cumprir pena em Portugal.
O ex-banqueiro foi condenado em três processos distintos relacionados com o colapso do banco, tendo o tribunal dado como provado que retirou do banco 13,61 milhões de euros.
O colapso do BPP, em 2010, lesou milhares de clientes e causou perdas de centenas de milhões de euros ao Estado.
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