O PSD mostrou-se esta segunda-feira solidário com o combate aos incêndios e registou positivamente que o primeiro-ministro tenha ido ao terreno, mas alertou que existem "falhas estruturais" que se mantêm.
No final da primeira reunião da Comissão Política Nacional (CPN) do PSD desde a tomada de posse de Luís Montenegro no 40.º Congresso, em 3 de julho, o primeiro vice-presidente do partido, o eurodeputado Paulo Rangel, enunciou os incêndios e o "caos na saúde" como os dois temas prioritários tratados na reunião.
"Acompanhamos os apelos do Presidente da República e do primeiro-ministro para que todos os portugueses tenham comportamentos que diminuam largamente os riscos, mas atenção: não podemos atirar as responsabilidades só para as pessoas. Há uma seca extrema, há uma vaga de calor, há falhas na política florestal, no apoio aos bombeiros, na política de comunicações. Há lições que deviam estar mais bem aprendidas", afirmou Paulo Rangel.
Questionado sobre as palavras do Presidente da República, que considerou não haver comparação entre a preparação atual e a de 2017, Rangel repetiu que "há um conjunto de questões estruturais que não foram resolvidas".
"Não quer dizer que as forças de combate aos incêndios não estejam mais bem preparadas", admitiu, dizendo que as falhas são para "debater mais tarde", já que agora "a prioridade é ser solidário no combate".
Por outro lado, o PSD "registou positivamente" que António Costa tenha "finalmente ido ao terreno", referindo-se às deslocações desta segunda-feira do chefe de Governo por alguns distritos mais afetados pelos incêndios.
"No entanto, o PSD já tinha assumido esta questão como um grande combate. Não é por acaso que o primeiro ato de Luís Montenegro como presidente foi ir a Pedrógão Grande", disse.
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