País

Os dois anúncios de António Costa mas (só) para setembro

O debate do Estado da Nação ficou marcado por dois anúncios do primeiro-ministro.

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"Em setembro iremos adotar um novo pacote de medidas para apoiar o rendimento das famílias e a atividade das empresas". Sem dizer o quê e como, António Costa inaugurou assim o primeiro Estado da Nação da maioria com novos apoios no horizonte, mas nem todos são propriamente uma novidade.

Das bancadas da oposição, chegaram as críticas. "Lá vieram os apoios às famílias e o acordo para as creches gratuitas por acaso só para setembro, mas dava jeito anunciar hoje. Senhor primeiro-ministro pegue nos 3.300 milhões de euros de receita fiscal adicional e devolva-os às pessoas, isso é que era uma boa habilidade", contestou o líder da IL.

"Mas o senhor deputado acha mesmo que a união das misericórdias e a que a confederação das instituições de solidariedade, que o padre Lino Maia, fazem o jeito de assinar hoje um acordo porque dá jeito ao Governo apresentar neste debate hoje?", respondeu Costa.

A subida da inflação e a perda do poder compra marcaram o debate, mas foram os combustíveis que inflamaram a discussão através do líder do Chega: "O gasóleo passou os dois euros e é hoje o mais caro de sempre e a gasolina está a 2.26 por litro. É isto que os portugueses têm de ouvir em casa, 2 euros e 2.26. Portanto antes de vir para aqui com números e com a história e com o Passos Coelho e com etc., devia era vir para aqui dizer 'portugueses desculpem pagarem tanto de gasóleo e de gasolina'".

"O que os Governos podem fazer foi aquilo que nós fizemos baixar 18 pontos percentuais a carga fiscal para que as pessoas paguem menos do que pagariam se nós estivéssemos aqui simplesmente a falar, a falar como o senhor faz e não estivéssemos a fazer o que temos a fazer: Governar", respondeu o primeiro-ministro.

Num debate quase sempre tranquilo foi Catarina Martins quem conseguiu irritar António Costa. A coordenadora do Bloco de Esquerda questionou o primeiro-ministro sobre a atribuição de fundos do PRR à empresa de Mário Ferreira.

"Sobre a pergunta insultuosa que me dirigiu, em primeiro lugar a minha intervenção é zero, foi zero como muito bem a senhora deputada sabe", declarou Costa, com cara de poucos amigos.