O primeiro-ministro ficou isolado na defesa pública do Presidente da República na sequência das polémicas declarações sobre os abusos sexuais de menores na Igreja Católica que levaram Marcelo Rebelo de Sousa a emitir um pedido de desculpa.
Nos últimos seis anos, a relação de cumplicidade e solidariedade institucional entre Belém e São Bento sobrepôs-se sempre a todas as polémicas e sobreviveu a vários momentos de tensão, que acabaram sempre com António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa de mãos dadas.
O enredo da história tem de tudo: ambos já foram heróis e vilões e protagonizaram momentos que vão desde a comédia à intriga palaciana. Nesta viagem pela relação entre Belém e São Bento, recordámos o momento em que Costa atirou a recandidatura de Marcelo na Autoeuropa ou o momento que o Presidente resgatou Costa a perguntas sobre uma nova injeção no Novo Banco.
Entre os mais tensos, estão os incêndios de 2017, a troca antecipada do Chefe do Estado-Maior da Armada e a lista com os nomes dos novos ministros divulgada pela SIC, da qual Marcelo teve apenas conhecimento pela comunicação social.
Recentemente, o Presidente da República também revelou a data da visita de António Costa à capital ucraniana, Kiev, que o primeiro-ministro gostava de ter mantido em sigilo.