País

Suspeito de planear ataque na faculdade não é inimputável e poderá ser responsabilizado

Loading...

Apesar da depressão e do autismo, o estudante da Faculdade de Ciências de Lisboa consegue discernir entre o bem e o mal, segundo a avaliação de um psiquiatra.

O jovem de 19 anos voltou pelo segunda vez ao tribunal, mas desta vez para ouvir o psiquiatra que o avaliou dizer que, apesar da depressão e do autismo, o estudante da Faculdade de Ciências de Lisboa consegue discernir entre o bem e o mal.

O psiquiatra do Instituto de Medicina Legal diz que o jovem acusado de planear o ataque não é inimputável, e por essa razão poderá ser responsabilizado.

O avós e a mãe de João Carreira também estiveram esta segunda-feira no tribunal. Emocionado, e com 90 anos, o avô insistiu em dizer aos juízes que o neto tem um coração bom. Já a mãe explicou que o filho foi diagnosticado com autismo aos 9 anos. Era acompanhado uma vez por ano e aos 17 anos foi-lhe dada alta.

O jovem foi detido na posse de facas e engenhos explosivos um dia antes da data que tinha escolhido para o alegado ataque. Está internado no Hospital Prisional de Caxias, onde os familiares ouvidos esta sexta-feira dizem estar a ser bem acompanhado por psiquiatras.

João Carreira tinha estado em tribunal a 18 de outubro, onde admitiu ser fascinado por homicídios em massa e que queria ficar conhecido por isso.

Fascinado desde 2018 por ataques a escolas, admite que tinha um objetivo: ser admirado na comunidade dos que se dizem fascinados por homicídios em massa.

“Queria matar três pessoas. É o número mínimo para ser considerado um assassinato em massa. Talvez quisesse, com isto, ter cinco minutos de fama”, revelou.

O advogado do jovem tem outra versão. Jorge Pracana defende que João “não teria sido capaz” de levar a cabo o plano que construiu, versão que pretende provar em tribunal. Contudo, o inspetor da PJ responsável pela detenção de João afirmou em tribunal que se lembra de ouvir o jovem desabafar que o ataque devia ter acontecido mais cedo.

Nessa sessão revelou que foram compradas armas não só no OLX, mas também numa loja de caça em Lisboa.

João Carreira foi acusado em julho pelo Ministério Público (MP) de dois crimes de terrorismo, um dos quais na forma tentada, e de um crime de detenção de arma proibida.

Ficou em prisão preventiva desde 11 de fevereiro de 2022, tendo a medida de coação sido substituída por internamento preventivo no Hospital Prisional de Caxias, com o MP a alegar "forte perigo de continuação da atividade criminosa e um intenso perigo de perturbação da tranquilidade e da ordem públicas".

Últimas Notícias
Mais Vistos
Mais Vistos do