
Suspeitas de corrupção em contratos com autarquias voltaram a dar que falar esta terça-feira. A Polícia Judiciária (PJ) esteve no terreno e fez várias buscas ao longo do dia. Os inspetores da PJ passaram pela Câmara de Oeiras, de Odivelas e ainda pela junta de freguesia das Avenidas Novas, onde trabalham a mulher e o pai de um dirigente do PSD.
Falamos de Rodrigo Gonçalves, membro da Comissão Política Nacional do PSD e um dos principais alvos de uma investigação que envolve suspeitas de corrupção entre várias empresas e autarquias. Um esquema que mais uma vez coloca Isaltino Morais sob suspeita.
A Judiciária voltou esta terça-feira à Câmara de Oeiras e quando ainda os inspetores faziam buscas, já Isaltino Morais emitia um comunicado dizendo que eram “(...) relativas ao projeto Porto Cruz cuja aprovação data de 15 de abril de 2014”, e, negando qualquer apoio a candidatos do PSD, Isaltino fala em fabulação.
É certo que há um fio condutor que liga Isaltino Morais e Rodrigo Gonçalves, ao projeto Porto Cruz, que só por impugnação judicial nunca chegou a sair do papel.
A empresa Silcoge comprou os terrenos em Caxias numa altura em que não era ainda permitida a construção na zona, mas uma alteração do plano de pormenor, que Isaltino sempre defendeu, acabaria por dar luz verde à possibilidade de um mega empreendimento.
Ainda antes da alteração que valorizou os terrenos, uma consultora ligada a Isaltino terá ganho cerca de 50 mil euros com a Silcoge, empresa para a qual Rodrigo Gonçalves também trabalha como consultor.
O caso já levou a buscas em 2018 e Isaltino estaria convencido que tinha levado novamente a Judiciária à Câmara de Oeiras. Mas ao que a SIC apurou a investigação é outra e envolve agora outros factos, mais recentes e sem relações partidárias.
No centro das suspeitas estarão empresas ligadas a Rodrigo Gonçalves e à família. O que levou também a buscas na Câmara de Odivelas, onde trabalha a mulher do dirigente do PSD e à junta de freguesia das Avenidas Novas, presidida por Daniel Gonçalves, pai de Rodrigo Gonçalves.
Segundo a Policia Judiciária, “está em causa (…) a prática de crimes de corrupção ativa e passiva para ato ilícito, de participação económica em negócio e de prevaricação.”
Para além das autarquias, os inspetores estiveram “em 13 empresas e em nove residências, todas situadas na área Metropolitana de Lisboa.”