João Oliveira e Bernardino Soares foram apontados muitos vezes como os possíveis futuros líderes do PCP, mas o partido optou por Paulo Raimundo, uma figura menos conhecida dos portugueses. Porém, segundo vários dirigentes comunistas o novo secretário-geral tem as ferramentas certas para um novo ciclo no partido.
Paulo Raimundo entrou para o partido em 1994, pertenceu à comissão política de Carlos Carvalhas e é descrito como um “homem afável” com “muita capacidade de diálogo”. É também o antigo secretário-geral que avisa o seu “camarada” que o cargo é exigente e que o momento do PCP não ajuda.
Questionado sobre se esta é a escolha certa numa altura em que a bancada comunista no parlamento tem apenas seis deputados e Paulo Raimundo não é um deles, sendo uma figura relativamente desconhecida do público, Carlos Carvalhas respondeu que “o futuro o dirá”.
“O futuro o dirá, mas esta é a decisão coletiva e eu creio que não é só um líder que pode projetar o partido, somos todos nós, somos todos os comunistas, todos aqueles que entendem que da projeção deste secretário-geral quem lucra não é o secretário-geral, nem é o partido, é o povo português, são os trabalhadores, são os pequenos e médios empresários”, respondeu.
Carlos Carvalhas ocupou o cargo de secretário-geral do PCP durante 12 anos, sucedendo ao histórico Álvaro Cunhal. Em 2004, o antigo operário Jerónimo de Sousa assumiu este cargo, que passados 18 anos deixa, para dar lugar a Paulo Raimundo.