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Relação com Pinho pode afastar Sócrates de assistente no processo EDP

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Em causa está a boa relação que mantém com Manuel Pinho, antigo ministro da Economia.

O Ministério Público quer afastar José Sócrates da posição de assistente no processo EDP porque diz que o antigo primeiro-ministro está a ajudar a defesa de Manuel Pinho. Os procuradores encontraram centenas de comunicações entre Sócrates e o antigo ministro da Economia e até fotografias de encontros na casa onde Pinho está em prisão domiciliária.

Uma fotografia do dia 15 de setembro mostra o antigo primeiro-ministro e o ex-ministro da Economia juntos na casa de Manuel Pinho, onde este se encontra em prisão domiciliária desde 2021.

Esta captura fotográfica foi encontrada na sequência de um exame forense ao telemóvel de Manuel Pinho e está a servir para que o Ministério Público (MP) peça ao juiz Carlos Alexandre que retire a José Sócrates o estatuto de assistente no processo EDP.

No despacho a que a SIC teve acesso o procurador escreve que foram detetadas, no espaço de 8 meses, 115 comunicaçoes entre os dois. Dessas, 23 são chamadas e nove ocorreram todas a três de novembro, o dia das mais recentes buscas a Manuel Pinho.

O MP afirma que “não faz qualquer sentido que José Sócrates, amigo pessoal e frequentador da casa de Manuel Pinho, tenha o estatuto de assistente” .

Acrescenta que “não é compreensível qual o tipo de colaboração ou de provas que poderá oferecer” e que "a única intervenção relevante tem sido a consulta do inquérito para extração de informação para ajudar na defesa do amigo Manuel Pinho".

À SIC José Sócrates garante que é assistente para repor a verdade dos factos e que irá contestar o pedido do MP.

"Ao fim de 12 anos, o Ministério Público tem de apresentar provas do que andou a dizer: 'Que o governo a que presidi tivesse favorecido a EDP'. 12 anos depois, uma coisa é evidente: trata-se de uma falsidade", conta o antigo Primeiro Ministro.

A investigação tem de facto mais de uma década, com Manuel Pinho a ser suspeito de corrupção e branqueamento de capitais, mas sem ter havido ainda qualquer acusação.