Ao que a SIC apurou, a alegada rede de tráfico humano no Alentejo é liderada por um casal romeno. Esta quinta-feira foram presentes a juiz os 35 detidos, mas só vão ser interrogados na sexta-feira.
Para além de Ramona e Nisuor, os alegados líderes, o grupo terá ainda mais 38 pessoas, entre elas dois homens de confiança do casal: um primo e um dos sogros.
Contaria, para além disso, com a ajuda de três funcionários portugueses de explorações agrícolas e uma solicitadora do Alentejo.
O Ministério Público acredita que, desde janeiro, aliciaram, transportaram, alojaram e entregaram pessoas de países como a Roménia, Moldávia, Ucrânia, Índia, Senegal, Timor e Paquistão para exploração laboral, de modo a obterem elevados ganhos económicos e adquirirem bens de luxo.
Há indícios de ameaças físicas e psicológicas, tanto aos trabalhadores trazidos para Portugal, como aos familiares nos países de origem.
Pedro Proença, o advogado de três dos arguidos, rejeita que se trate de um caso de tráfico e acusa o Estado de falhar na criação de mecanismos para prevenir situações como esta.
“Eu rejeito completamente. Para mim está longe de ser tráfico. Para mim o Estado investe é neste tipo de investigações, mas não cria mecanismos para prevenir estas realidades”, afirma.
Os 35 arguidos vão passar a noite na cadeia anexa à PJ, antes do primeiro interrogatório, esta sexta-feira.