Esta quinta-feira, foi detida a mãe de Jéssica, a menina morta em junho, em casa da alegada ama. Ao que a SIC apurou, a menina foi usada como correio de droga com conhecimento da mãe. Juntamente com a mulher, foi detido também o filho da alegada ama. Os dois arguidos foram ouvidos em Tribunal e devem conhecer na sexta-feira as medidas de coação.
A possibilidade de Jéssica ter sido usada como moeda de troca para o pagamento de uma dívida já era conhecida. Mas a história da vida e da morte desta menina é um cenário de horror.
Jéssica foi usada como correio de droga. Transportou no corpo estupefacientes que a família da alegada ama lhe introduziu através do ânus. A mãe saberia de tudo e terá sido cúmplice.
A droga era traficada pelo homem agora detido. Tem 28 anos e era filho da alegada ama, detida desde junho por suspeitas de homicídio.
Ao que a SIC apurou, a ligação do homem à morte da menina será de forma indireta. As suspeitas que levaram à detenção do arguido estão relacionadas apenas com o tráfico de droga.
Pelo contrário, a mãe da menina está indiciada pelo crime de homicídio qualificado por omissão. Os investigadores entendem que a progenitora teve a possibilidade de tentar salvar a filha. Quando a viu ferida e não o fez, falhou no auxílio e expôs a criança a uma situação que sabia perfeitamente ser de risco.
A mulher estará também envolvida no tráfico e teria uma dívida de droga que a filha pagou com a própria vida.
A detenção da mãe de Jéssica ocorre mais de seis meses depois da morte da menina, mas a mulher esteve sempre debaixo de suspeita. Terá sido opção de o Ministério Público mantê-la em liberdade para a obtenção de mais provas.
Jéssica morreu em junho. A autopsia revelou que a menina esteve várias horas em profundo sofrimento depois de ter sido alvo de mais de 50 golpes.
Fontes contactadas pela SIC, contam ainda que o relatório da autopsia mostrou ferimentos na zona anal que ficaram à data sem resposta e que abriram suspeitas de abusos sexuais. Com mais tempo de investigação, os inspetores acabariam por perceber que os elevados danos resultavam da droga inserida no corpo da menina.