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Tempos de espera nas urgências? "Estou preocupado como médico e como cidadão"

O bastonário da Ordem dos Médico diz que é preciso investir em mais recursos, sobretudo para acompanhar doentes nos serviços primários.

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O novo ano arrancou com longas esperas nas urgências hospitalares. Por exemplo, no maior hospital do país, o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, o tempo médio para doentes urgentes chegou a superar as 13 horas, de acordo com o portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS). O mesmo cenário repetiu-se em outros hospitais da capital.

Em declarações aos jornalistas, o bastonário da Ordem dos Médicos não escondeu a sua preocupação, sobretudo devido ao facto de em causa estarem doentes urgentes.

“Estou preocupado como médico, como cidadão, que os tempos de espera sejam tão elevados para doentes urgentes. Recordo que as prioridades amarela, laranja e vermelha são urgentes”, salientou.

Neste sentido, disse, “temos que conseguir ter aqui uma atuação que não se tem de um dia para o outro, não acontece ao estalar de um dedo, mas uma intervenção de fundo que permita que muitos dos doentes que acabam por ir ao serviço de urgência por terem uma descompensação da sua insuficiência cardíaca, da sua diabetes, e de outras doenças crónicas, que deviam estar a ser seguidos de uma forma diferente”.

E que forma seria essa? Através de "uma integração de cuidados, entre os cuidados primários e os próprios hospitais, nomeadamente com a Medicina Interna, a especialidade que pode fazer isto com os médicos de família que são os grandes gestores dos doentes”, explicou Miguel Guimarães.