Depois de ser presente ao juiz de instrução criminal foi decretada ao suspeito de ameaçar o Presidente da República a medida de coação mais grave: a prisão preventiva, que será cumprida no Hospital Prisional de Caxias. Aí, revelou fonte judicial à Lusa, terá de realizar exames para aferir da sua sanidade mental.
À saída do tribunal, no Campus de Justiça, Lisboa, o advogado de defesa, Nuno Rodrigues Nunes, considerou a decisão "perfeitamente adequada" e "equilibrada", tanto mais que, em sua opinião, este "não é um caso de polícia, mas sim de saúde mental, que tem de ser tratado".
"Esta foi a melhor decisão", comentou o advogado, precisando que o tribunal enviou o seu constituinte para o Hospital Prisional de Caxias "para fazer mais exames" e "depois ver qual a medida de coação mais adequada", tendo em conta o relatório hospitalar, bem como aquele que será elaborado pela psiquiatra que segue clinicamente o arguido.

Em resposta aos jornalistas, Nuno Rodrigues Nunes disse ter a expectativa de que o seu constituinte seja declarado inimputável. O advogado adiantou que o arguido se encontra "estável", segundo a indicação que tem recebido da mulher do suspeito.
A PJ deteve esta terça-feira um homem suspeito de ameaçar de morte o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. O diretor da Judiciária confirmou, posteriormente, que o homem tem antecedentes criminais associados a criminalidade violenta e já tinha sido condenado anteriormente.
O homem terá enviado, em outubro, uma carta para a Casa Civil em que alegadamente exigia o pagamento de um milhão de euros para não matar o Presidente. Nessa carta, estaria a indicação da conta bancária para onde deveria ser feita a transferência e uma bala.
Desde então, a carta foi sujeita a perícias no Laboratório de Polícia Científica. Entretanto, foi possível identificar o suspeito e proceder à sua detenção. A PJ esclarece, em comunicado, que o homem é "suspeito da prática dos crimes de coação agravada, de extorsão na forma tentada e de detenção de arma proibida".
Suspeito é ex-militar e é considerado perigoso
Segundo o que a SIC apurou, trata-se de um ex-militar, considerado perigoso, antigo funcionário da Segurança Social e que sofre de problemas psicológicos.
Há quatro anos, ameaçou outras altas figuras do Estado: a Procuradora-geral da República, Lucília Gago, e até o próprio Luís Neves, diretor nacional da Polícia Judiciária.
Acabou condenado em 2020. Em casa, tinha uma lista com dados pessoais de magistrados, polícias e outras entidades que ameaçava divulgar caso não fossem pagos 500 mil euros.