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"Parlamento deve ter uma palavra a dizer" sobre polémicas e futuro da TAP

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O Presidente da República entende que o bónus da CEO da TAP e o futuro da companhia aérea deve ser "examinado" pelo Parlamento, "uma vez que é o dinheiro dos portugueses" que está em causa.

O Presidente da República considera que o Parlamento tem “uma palavra a dizer” sobre o que se passa na TAP. Questionado sobre o bónus que a CEO da companhia aérea poderá receber em 2025, Marcelo Rebelo de Sousa lembra que a futura comissão de inquérito poderá debater e questionar essa decisão.

Christine Ourmières-Widener ganha 504.000 euros por ano. A CEO da TAP garante que o salário é mais baixo que o do antecessor, mas confirma que tem direito a bónus por bom desempenho.

O bónus de 2 milhões de euros indignou os partidos e chocou sindicatos. É mais uma polémica na TAP que o Presidente da República comenta, mas com cautela.

“Essa questão é uma questão que deve ser ponderada no quadro daquilo que está em debate sobre o futuro da TAP (...) O bónus foi resultante de um acordo celebrado entre o Ministério das Infraestruturas, o Ministério das Finanças e a pessoa em causa”, afirma Marcelo Rebelo de Sousa.

A presidente executiva da TAP deverá receber esta compensação daqui a dois anos caso o plano de reestruturação seja cumprido.

“Deve ser examinado, e em primeira linha pelo Parlamento, aquilo que é muito importante para os portugueses: que a TAP dê a volta e passe de perder dinheiro a ganhar dinheiro, uma vez que é dinheiro dos portugueses que se perde ou que se recupera parcialmente”, acrescenta o chefe de Estado.

O Parlamento discute esta quarta-feira a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito à gestão da companhia aérea.

A proposta surge depois de conhecida a indemnização de 500.000 euros paga pela TAP a Alexandra Reis. O caso levou à demissão do ministro das Infraestruturas que só depois de sair do Governo admitiu que tinha autorizado o pagamento, por mensagem.