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Está garantido: oposição interna vai a jogo na Convenção do Bloco de Esquerda

A SIC sabe que o grupo de críticos internos já conseguiu o apoio de mais de 194 militantes, o número mínimo necessário para apresentar uma lista alternativa à direção do Bloco de Esquerda. Ao que a SIC apurou, o candidato da oposição interna é escolhido nos próximos dias.

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O obstáculo está ultrapassado. A oposição interna do Bloco de Esquerda vai mesmo concorrer às eleições internas do partido. Catarina Martins, atual coordenadora, já anunciou que não irá recandidatar-se.

A Mesa Nacional do Bloco tinha decidido aumentar para 194 o número mínimo de subscrições para entregar uma moção, quase dez vezes mais do que número necessário nas convenções anteriores. A alteração das regras obrigou a oposição interna a lançar uma operação para coligar as várias tendências críticas da direção do Bloco de Esquerda e a SIC sabe que já conseguiram o apoio de "mais de 200 militantes", o que quer dizer que Mariana Mortágua não vai sozinha a eleições.

A oposição interna ainda não sabe quem será o próprio candidato, mas ao que a SIC apurou a decisão será tomada e conhecida em breve. Com uma alta taxa de probabilidade, será a única alternativa à lista apoiada pela atual direção do Bloco de Esquerda. Quem assumir a responsabilidade de ser o rosto dos críticos terá pela frente uma tarefa muito complicada, não só porque Mariana Mortágua tem o apoio da maioria do partido, mas também porque a oposição interna já teve melhores dias.

Oposição interna perde força

Se é verdade que os críticos internos no Bloco de Esquerda nunca fizeram sombra à direção do partido, também é verdade que ganharam espaço político na Convenção de 2021, ao conseguirem aumentar a representação nos órgãos dirigentes.

Há dois anos, as quatro moções alternativas à direção de Catarina Martins foram subscritas por 660 militantes e a grande maioria desta fatia (542 militantes) estava concentrada na moção elaborada pelo movimento convergência. Agora, quando falta uma semana para terminar o prazo de entrega das moções, o cenário é completamente diferente. Para já, a mobilização não vai além dos 300 militantes e fontes do movimento convergência confirmam à SIC que é "difícil" que os números de 2021 se voltem a repetir, porque "há muito menos tempo para recolha de subscritores, o aparelho de funcionários do Bloco não colabora e o valor da quota subiu" (de 15 para 25 euros anuais). Mas nem todos os críticos respondem da mesma forma à pergunta - o que é que aconteceu?.

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A SIC conversou com vários militantes do Bloco, que abandonaram o movimento convergência, e muitos assumem que se "desiludiram" com a "incoerência" do projeto. "Só querem mudar rostos", "o Bloco merece mais do que uma simples troca de peões, e é só isso que a convergência propõe ouviu a SIC. Muitos esclarecem que vão estar no Convenção dos próximos dias 27 e 28 de maio, sem apoiarem nenhuma das duas moções. Ana Sofia Ligeiro, que há dois anos subiu ao palco para apresentar a moção da convergência, é uma das militantes que se afastou do movimento, sabe a SIC, e vai assumir neutralidade na próxima convenção.